Os cartolas da Federação Peruana afirmam que não pretendem liberar Guerrero dos amistosos de sua seleção. Assim, ele estaria fora contra o Cruzeiro, na volta da semifinal da Copa do Brasil.
Na letra fria da lei, os peruanos têm razão. Se a CBF e seus clubes, incluindo o Inter, não conseguem se sentar à mesa para encontrar uma solução no calendário, e continuam marcando jogos em datas Fifa, azar dos brasileiros.
Cada um com seus problemas, diria o poeta. Mas o Inter tem um trunfo que, no mundo ideal, deveria doer na consciência dos justos. Um trunfo que nenhum outro clube possui, neste momento: a gratidão.
Paolo Guerrero só voltou ao futebol em alto nível graças ao Inter, que arriscou alto e o apoiou durante a suspensão por doping. A seleção peruana se beneficiou disso, como se viu na Copa América. Festejou, nas redes sociais, com direito a postagens saudando o distintivo colorado. Esse é o ponto.
Seria cruel ingratidão não liberá-lo de amistosos sem importância, contra Equador e Brasil. É como se a federação virasse as costas para quem lhe estendeu a mão na hora difícil.
Ainda creio que Paolo Guerrero vira esse jogo diplomático para o Inter.
Mas ele tem de entrar firme nos bastidores, olho no olho, qual um imperador inca. Tem de ir além de um telefonema protocolar. Será preciso insistir. É o único "advogado" capaz de defender o Inter nesta questão que envolve elementos além da letra fria da lei.