Dois gols de bola parada com falhas da defesa explicam bem os riscos do desentrosamento em um Gre-Nal com times reservas. Foi o caso do empate em 1 a 1 no clássico deste sábado (20), no Beira-Rio. O Inter dominou até Cebolinha entrar, a 15 minutos do segundo tempo. Aí o Grêmio equilibrou as ações. No fim das contas, resultado adequado para um jogo sem brilho. Como o Palmeiras perdeu para o Ceará e ambos se aproximaram do líder, ficou de bom tamanho até para efeito de tabela. Agora, tudo é Libertadores.
O primeiro tempo foi todo do Inter, que manteve o Grêmio trocando passes do meio para trás, longe de Danilo Fernandes, montado no 4-1-4-1 compacto de sempre, com Lindoso entre as linhas, o tripé de volantes e mais o inoperante Parede e o Wellington Silva nas extremas.
Luan e Tardelli, que tinham de ser o motor do 4-2-3-1 de Renato, foram apáticos. Pareciam sem força. Perdiam divididas e não conseguiam ajudar a recompor. Nenhum dos dois entrou na área. Galhardo, a surpresa pela direita, jogou como peixe fora d’água, sem embocadura. A 36 do segundo do tempo, um lance emblemático.
O trintão Víctor Cuesta arrancou pela esquerda e passou voando por Luan, 26 anos. Quando o time de Renato arriscava uma aproximação, acelerando a jogada de ataque, o Inter bloqueava com muita organização e mais vontade. Partia em contra-golpe com muita organização. Sobis flutuava com inteligência por atrás dos volantes do Grêmio e, com o auxílio luxuoso de Nonato, armava o Inter.
É dele, do capitão Sobis, a assistência pare Edenilson perder chance clara. No rebote, Wellington Silva desperdiçou. Paulo Miranda fez contra, de cabeça, em falta cobrado por Sobis, mas o primeiro tempo acabou com três chances do Inter e nenhuma do Grêmio. Com o espaço concedido pela pouca disciplina para marcar, o Inter até podia ter feito mais.
O cenário não mudou no segundo tempo. Renato não teve outra alternativa: chamou Everton e tirou o sumido Galhardo, a 15 minutos. Odair Hellmann respondeu pouco depois. Tirou Paredes, o pior do Inter, para reforçar a marcação. Com Cebolinha, o Grêmio, enfim, atacou. E equilibrou o Gre-Nal. O Inter recuou demais. E aí a estrela de Luan, que não vinha bem, brilhou muito no gol de empate tricolor.
Juninho Capixaba cruzou e ele cabeceou sem força, mas com inteligência, encobrindo Danilo Fernandes, traído pelo contrapé. Daí o atraso no salto. Sem jogar oficialmente há um ano, claro, o ritmo pesou. O jogo, em si, melhorou bastante. Agora os dois times ameaçavam, e não apenas um. O Grêmio teve mais uma ataque forte, com Pepê. Danilo fez duas boas defesas, recuperando-se do gol de Luan. À certa altura, Grêmio e Inter pareceram fechar acordo no empate. E assim terminou a história do clássico 421, o dos 110 anos de história do confronto.