Marcelo Medeiros (presidente), Roberto Melo (vice de futebol) e Rodrigo Caetano (diretor-executivo) devem estar particularmente satisfeitos. Repito o que disse no dia seguinte à contratação de Paolo Guerrero. Trazer um jogador como ele sempre implica risco. É craque, um cidadão do mundo. Não é fácil trazê-lo ao frio de Porto Alegre, mesmo aos 35 anos.
Sem ceder em algo, como nos três anos de contrato, impossível. Sem risco, a condenação à mediocridade é um dever. É assim, no futebol e na vida. Mas o Inter ainda se precaveu, não pagando-lhe salários durante a suspensão por doping. Com nove gols em 13 jogos, Paolo Guerrero já se pagou.
Não duvido que, ali adiante, o Inter até ganhe muito dinheiro com ele, quem sabe negociado com a China ou com a Major League Soccer, dos Estados Unidos.
Quando a noite não era inspirada, e o Avaí impunha dificuldades, o camisa 9 abriu caminho a facão: escanteio, agilidade para subir de elevador e, desvencilhando-se do zagueiro que vai de escada, fuzilamento no chute.
É bom que se diga: a produção já tinha melhorado com as mexidas de Odair Hellmann. Sem Zeca, e com Guilherme Parede entrando aberto na esquerda, no 4-2-3-1, passando Edenilson para a lateral direita e recuando Nonato ao lado de Rodrigo Lindoso, a melhora com volume ofensivo já era sensível, para além da mudança de atitude no intervalo, sem a modorra da etapa inicial.
O gol do centroavante peruano acontece já nesse cenário.
O certo é que o trio dirigente colorado dormiu o sono dos anjos após mais uma vitória com as digitais de Paolo Guerrero.