Percebo alguma bronca de gremistas pelos gols perdidos por Pepê contra o Brasil-Pel. Foram três, de fato na cara do goleiro Carlos Eduardo. Ele teria voltado ao normal, após um começo de Gauchão matador.
Calma, gente. Só craques tipo Neymar ou Ronaldinho tomam conta do lugar imediatamente, alheios ao universo ao redor. São exceções. A regra é oscilar.
Everton demorou quase cinco anos para engrenar. Luan chegou a voltar para a reserva após ser titular. Lembro de Arthur jogando contra o Aimoré, nos tempos de Felipão, e saindo por deficiência técnica. Jean Pyerre e Matheus Henrique pareciam cabeças de bagre pela transição, no ano passado.
A instabilidade é normal no rito de passagem das categorias de base para o elenco e o time principal. A paciência do clube, nesta hora, é o pulo do gato. Pode render títulos e milhões lá adiante. No Grêmio, pelo momento atual, a margem de tolerância é maior. E o Inter?
Há não muito tempo, Rodrigo Dourado não servia. Diziam que não sabia trocar passes. Ele melhorou, chegando a ser observado para a Seleção, conforme me disse Cleber Xavier.
Agora é Iago.
O lateral-esquerdo não está bem, mas o Inter não deve desistir dele. A reserva pode ajudá-lo, inclusive. Muricy Ramalho manteve Rafael Sobis durante nove jogos com a torcida pegando no pé, até que veio uma bucha de fora da área. Ele engrenou e virou o goleador colorado das finais de Libertadores.
Anote aí: Nonato repetirá boas atuações, se tiver chance. Depois cairá, e aí vão reclamar até do cabelo comprido. Se o torcedor entender que esse processo é inevitável e não vaiar a gurizada, estará ajudando o seu clube.
Vale para colorados e gremistas.