Claro que logo ali adiante os reforços começarão a chegar. Há muita água para rolar por debaixo da ponte até a Libertadores 2019. Mas não consigo entender um certo ar de desdém de boa parte da torcida do Grêmio diante do anúncio da venda do volante Ramiro para o Corinthians.
Ele está sendo tratado como um jogador comum. Não é. Pode não ser o craque, o jogador da brilhatura, mas é fundamental para o time. O Grêmio tem grandeza e estrutura para substituí-lo, mas pode apostar que não será tão fácil assim encontrar uma peça capaz de marcar, armar e até fazer gols como Ramiro.
Ele terminou o ano jogando menos do que o habitual, é verdade, mas vinha de lesão no joelho. Algo compreensível. Nos títulos recentes do Grêmio, sempre foi titular absoluto.
Para renovar, Renato exigiu a manutenção do time titular. Ramiro era parte essencial da espinha dorsal do Grêmio. O técnico usava-o como extrema direita, volante (alinhado ou não), meia central e lateral-direito. Acaba de perder uma peça que permitia inúmeras variações táticas dentro de um jogo.
Em uma temporada cheia, isso é ouro. E agora? Sem contar a identificação com o Grêmio e a experiência vencedora aos 25 anos. É uma perda enorme, até porque estava totalmente adaptado ao modelo de jogo do Grêmio, de valorização da posse de bola e da troca de passes curtos em progressão.
Repito: o mundo não acaba. Mas sai uma peça essencial para o funcionamento de toda a máquina, em que pese a necessidade de cedê-lo para não correr o risco de ficar com uma dívida enorme, contraída quando o empresário Giuliano Bertolucci aportou recursos (US$ 4 milhões) na época de vacas magras, ao comprar 50% de Ramiro e de Bressan, lá em 2013.