A quarta-feira teve duas punições históricas, na política e no futebol. Paulo Maluf foi cassado pela Mesa Diretora da Câmara dos Deputados.
O ex-prefeito e ex-governador era um emblema na luta contra a corrupção, tal o número de denúncias que nunca deram em nada durante décadas.
A outra punição histórica veio da justiça americana. A juíza Pamela Chen, da Corte Federal do Brooklyn, em Nova York, condenou o ex-presidente da CBF José Maria Marin a quatro anos de prisão por crimes cometidos no cargo, entre 2012 e 2015.
Uma remessa de dinheiro via sistema bancário americano permitiu que ele fosse enquadrado pela legislação de lá, após ser preso em um encontro da Fifa, na Suíça.
Aqui, nem investigado Marin seria. A juíza também confiscou R$ 13,6 milhões do patrimônio do ex-presidente da CBF, que terá de pagar multa de R$ 4,9 milhões.
Cabe recurso, mas terá de apresentá-lo de onde está agora: na penitenciária MDC, no Brooklyn.
A denúncia diz que Marin recebeu mais de U$ 6,5 milhões de propina dos cofres de empresas de marketing esportivo, para assinar contratos de direitos comerciais de competições.
Maluf e Marin têm 86 anos. Tinham absoluta certeza de que nunca cairiam. Demorou, mas é fim de linha. A prisão deles não vai acabar com o sistema de corrupção, que é mutante para sobreviver. Mas dá um certo alento em ver ao menos alguns deles pagando pelo que fizeram, conforma investigação e decisão da Justiça.