O Grêmio tem um modelo para furar retrancas. É só olhar para si mesmo. Na estreia do Brasileirão, o Cruzeiro chegou a ser vaiado por sua própria torcida. Fechou-se atrás sem constrangimentos. A posse de bola bateu em quase 70%, no primeiro tempo. Fechou em 61% apesar da expulsão de Kannemann, a 27 da etapa final.
No Mineirão, é verdade, havia Arthur e Everton, agora lesionados. Mas Luan e Pedro Geromel não jogaram. No mesmo cenário atual, portanto, com desfalques severos, o Grêmio furou uma defesa medonha assinada por Mano Menezes, um especialista na arte da defesa. O que foi decisivo para o Grêmio ir além de só bocejar e girar a bola na primeira rodada do Campeonato Brasileiro? Sua excelência, o drible.
Everton nunca deixou de ameaçar, dando um calorão em Dedé, confirmado na lista adicional de Tite para a Copa da Rússia. Partia em velocidade. Driblava um, dois e chutava. Sempre vertical, foi desencaixando a marcação do Cruzeiro. Às vezes tinha vantagem pessoal. Noutras, não. Mas estava sempre tentado criar, a drible, vantagem numérica em cada lance.
No gol da vitória, a 8 do segundo tempo, ele desvia de cabeça na primeira trave. André só empurra. Meio gol é dele e de sua presença de área. Em seguida, faz fila e bate rasteiro. Quase amplia, no cantinho. Para não ser acometido de empatite até a Copa, Renato tem de achar um dublê de Everton.
Sem Alisson, que vá de Pepê ou Lima.
Pode até não dar certo. Os dois são verdes ainda. Mas é preciso tentar encontrar o dublê de Everton em um deles. Insistir com Maicosuel pode ser arriscado demais. Ele e Ramiro nas extremas do 4-2-3-1 deixam o Grêmio armandinho demais.