É claro que os reservas, por estarem em um grupo com identidade própria e treinados por Renato Portaluppi há bastante tempo, sabem como toca a banda no Grêmio. Eles tentarão colocar em prática o mesmo conceito de troca de passes. Isso ajuda bastante. Não é o mesmo que muitos reservas em uma equipe em formação, sem identidade.
Mas tem um problema: o entrosamento.
Um time leva tempo a atingir um nível de entrosamento com o Grêmio atingiu. E muitos reservas juntos podem acabar com esta arma. Aconteceu em outras ocasiões, no ano passado, quando o time foi totalmente trocado. Os erros de passes aumentam, a confiança não é a mesma e o adversário já não sente tanto medo, como quando os campeões da América estão em campo.
Não discutirei se o Grêmio está certo ou errado, caso aposte em time alternativo diante do Botafogo, neste sábado, no Rio de Janeiro. Há profissionais competentes para medir o nível de estresse muscular de cada um diante de uma maratona de jogos que inclui Libertadores, na terça-feira, contra o Cerro Porteño, e lá adiante Gre-Nal, dia 9 de maio.
Talvez fosse possível não ser tão radical e descansar todos de uma vez. Ou quase todos. Não sei. Imaginei que, este ano, com um elenco maior e melhor, seria possível lidar melhor com esta questão, fazendo uma espécie de escala para poupar titulares sem descaracterizar tanto a parte do entrosamento. Sem correr risco de dar mole para alguém disparar na frente, como o Corinthians, no ano passado.
Enfim.
Mas tem um detalhe.
Se o Grêmio, mesmo desfalcadíssimo, conseguir vencer o Botafogo no Engenhão, ainda que o time carioca tenha muitas limitações, aí estaremos diante da grande prova da fase mágica tricolor, que empilha bons resultados e títulos recentes. Se o Grêmio continuar na parte de cima da tabela, perto do líder, mesmo usando reservas, a leitura é óbvia.
Imagine quando usar titulares?