O que une os dois candidatos a título nacional que receberam os mais sólidos elogios até agora, para além de serem campeões estaduais? Continuidade.
Grêmio e Corinthians apostaram nela sem medo, apesar das cornetas até de seus próprios torcedores. Não falo só de comissão técnica. Renato vai para dois anos. Fabio Carille era auxiliar de Tite. Os exercícios diários do sistema defensivo eram com ele. Refiro-me a longo prazo em tudo.
Quando Marcelo Grohe era acusado de sair mal do gol ou de não ter estrela, seu contrato foi ampliado. Poucos o defendiam. Este colunista, modestamente, era um deles.
Quando diziam que Luan não era decisivo ou se desligava do jogo – foi chamado de pipoqueiro por parte dos gremistas – ninguém o mandou para a reserva. Antes de Renato apostar em Ramiro como dublê de Giuliano, a vaia comia para o volante.
O torcedor é paixão, e paixão não rima com racionalidade. É assim mesmo. Mas, se o dirigente entrar na onda, não raro amplificada pelas rotinas de trabalho da imprensa, está condenado.
Carille era comum para o Corinthians. Nunca sairia da sombra de Tite. Lembram? Este ano, já campeão brasileiro, antes de se tornar bi paulista, apanhou de novo.
E agora, sem Jô, Guilherme Arana e Pablo? Teria capacidade de encontrar soluções para um time que já tinha sido formado sem estrelas? Há muito por acontecer no Brasileirão e no ano de 2018, sei disso. Este é o retrato do momento, com o reforço do ano passado.
Grêmio e Corinthians rezam por cartilhas diferentes quando a bola rola. Mas, pensando bem, nem tão diferentes assim.