Houve quem lamentasse a venda de Walace para o Hamburgo por 10 milhões de euros, em janeiro de 2017. Ele era titular absoluto. Seu reserva, Jailson, não tinha grife. Pouco mais de um ano depois, o negócio se revela um dos mais oportunos da história do Grêmio.
A saída de Walace abriu espaço para o esplendor de Arthur, que acaba de ser vendido ao Barcelona por um valor final de 40 milhões de euros. Teria Arthur recebido chance e sequência se Walace não tivesse aberto uma vaga de volante no elenco?
Somando as duas transações, estamos falando de algo por volta de R$ 200 milhões. Um lucro extraordinário, ainda que só 60% dos direitos sobre Walace pertencessem ao Grêmio, mesmo caso de Arthur.
Walace exigiu ser negociado com doses de arrogância, magoando algumas pessoas na Arena que esperavam um tanto mais de gratidão pela chance recebida. O Grêmio foi buscá-lo no Avaí, quando sua carreira caminhava para um padrão médio.
Diogo Olivier: é por casos como o de Walace que a fama dos brasileiros lá fora é de jogador problema
Agora, segundo versão oficial do Hamburgo, ele se recusou a jogar como zagueiro. O técnico pediu a sua ajuda, na luta desesperada contra o quase inevitável rebaixamento na Bundesliga. Foi afastado do elenco. De castigo, treinará com o sub-21.
O gesto do volante sugere a criação deliberada de um litígio com os alemães, para forçar a saída: o Flamengo quer contratá-lo, mas o Hamburgo não aceitou liberá-lo. O Grêmio, tem mais essa, livrou-se de um jogador problema, ao que tudo indica. Quando a fase é boa, como a que está em vigência nos lados da Arena, até o passado melhora.