1) OS ESTILOS
Após muito tempo, sabe-se lá quanto, pois o balonismo futebol clube que rebaixou o Inter só agora está sendo banido de fato do Beira-Rio, será um Gre-Nal de times que trabalham conceitos de futebol parecidos. Para não dizer gêmeos. Odair Hellmann e Renato Portaluppi são adeptos da troca de passes, com bola no chão e muitas finalizações. Usam a bola aérea e o rebote vez por outra, claro, mas não como a farinha que faz o pão. Vencerá quem impuser o seu estilo sobre o outro, e se Renato puder contar com Luan e/ou Arthur, o reforço é enorme no lado azul. O que remete o confronto para um jogo de xadrez tático.
2) A RECOMPOSIÇÃO
Dentro dessa constatação de adversários que trocam passes, a chave do sucesso pode estar no outro momento do jogo: a recomposição. Quem joga com bola no chão está sujeito ao erro. E, obviamente, ao contra-ataque. Evitar a ligação direta é um risco assumido, que tem desdobramentos. É preciso estar atento e organizado para se proteger quando a bola saiu do controle. Patrick e Ramiro são assim: atacam e defendem com igual ímpeto. Quem vai tirar antes o outro da sua zona de conforto? É curioso: em um Gre-Nal de times que valorizam a posse da bola, tudo pode ser decidido no momento de não tê-la.
3) O FÔLEGO
Para tirar o adversário da sua zona de conforto neste cenário, uma das saídas é marcar alto. Aquela pressão básica, colocando três a correrem atrás do goleiro, dos zagueiros e até do volante que baixa para ajudar a tornar essa saída de bola fluente como uma crônica em Luis Fernando Veríssimo. Para isso, é preciso tanque de oxigênio cheio. Fôlego para correr atrás da máquina e cobrir os espaços que se abrem quando a marcação alta falha. O campo fica maior. Detalhe: o calor suplantará 30 graus. A parte física pode decidir. Jailson e Edenilson, que parecem ter quatro pulmões cada, serão essenciais.
4) À ESQUERDA
Será um Gre-Nal comunista, por assim dizer. Os dois times jogam mais pela esquerda. No Grêmio, com Cortez, Luan (que deve jogar: era a notícia da sexta-feira) e Everton. No Inter, mais ainda. O trio Iago, D’Alessandro e Patrick é o que de melhor Odair Hellmann tem para atacar e fazer gols em seus adversários. A contrapartida defensiva de ambos é uma incógnita, à direita. Madson não é titular absoluto no Grêmio. Vale o mesmo para Dudu. Nenhum dos dois convenceu. Ramiro e Nico López terão de recuar e socorrê-los. A esquerda pode decidir a sorte do Gre-Nal.