Dessa vez o Inter não se preocupou em trocar muitos passes. Nem de marcar alto, pressionando o fraco Cianorte. Não o fez por pragmatismo. Domingo tem Gre-Nal. Na soma dos clássicos, mais a vitória desta quarta-feira por 2 a 0, serão quatro jogos em 11 dias.
A escolha pelos titulares foi para não dar chance ao azar no título nacional possível neste ano, que tem de ser o da reconstrução após o episódio da Série B. O protocolo exigia dosagem de energias. E assim foi, sobretudo a partir do gol de Patrick, no primeiro tempo, em contra-ataque com assistência de Marcinho. O atacante se destacou pela direita, até sair para a boa estreia de Rossi. Somou pontos para ter chance no Gre-Nal.
Rodrigo Moledo precisa de ritmo, mas já não podia estar adiante nesse processo? Fez faltas demais. Se é no Gre-Nal, teria comprometido. Roger precisa de muito mais força se quiser enfrentar a experimentada zaga do Grêmio. Deu lugar ao centroavante Brenner, que deu boa resposta. Não seria absurdo dar-lhe chance no Gre-Nal, diante da ausência de Leandro Damião.
Ou entrar no Gre-Nal da Arena com Nico López, que ontem sentiu lesão e ficou de fora, ao lado de Marcinho, apostando em um ataque de movimentação. Brenner, por sua vez, entraria com uma vontade incrível, como se fosse tirar o pai da forca, aquela história de jogar por um prato de comida. Roger está perdendo espaço.
O fato é que o Inter passou à quarta fase da Copa do Brasil com 4 a 0 no agregado.
Fez o que dele se esperava, sem sofrimento em momento algum do confronto, embora tenha de melhorar para pensar em título.
Detalhe: de novo, voltou melhor do intervalo, ao ponto de o 2 a 0 sair baratíssimo para o Cianorte, que não perdia em seu gramado fofo e ruim há dois anos e meio. A crença na parte física é total no Beira-Rio. Tanto que titulares essenciais foram até o fim, como Iago, Victor Cuesta, Rodrigo Dourado e D'Alessandro, que compensou o pênalti perdido com um gol.