Se estivesse na pele de Roberto Melo, o vice de futebol do Inter que anda tendo de se virar nos 30 para reforçar o elenco sem recursos, ergueria já o telefone para um novo e despretencioso papo com os dirigentes do Santos.
Eduardo Sasha jogou muito na vitória sobre o Palmeiras por 2 a 1, nas semifinais do Paulistão. Fez gol de novo. Um belo gol, aliás. A eliminação veio só nos pênaltis.
A torcida coloca o atacante emprestado pelo Inter à frente até de Gabigol, que retornou ao ninho com ares de estrela pop. Os elogios da crônica esportiva se repetem.
Sasha está, portanto, mais valorizado do que há dias atrás. Hora de voltar a carga para ter Zeca, lateral campeão olímpico que agregaria qualidade e aumentaria o leque de opções à disposição do técnico Odair Hellmann. Trata-se de um jogador que joga tanto na esquerda quanto na direita.
Além do mais, é importante contar com jogadores múltiplos, capazes de desempenhar várias funções. A temporada é longa e extenuante. Qualidade nunca é demais. Pode ter certeza que haverá chance para todos em um campeonato com 38 rodadas, como o Brasileirão.
Além da troca de Zeca por Sasha, o Santos pede 2 milhões de euros, cerca de R$ 8 milhões. O Inter não tem esse dinheiro. Mas o fato de Sasha estar evoluindo e se valorizando na Vila Belmiro pode abater o valor. E ainda existe a opção de o Inter oferecer outros jogadores.
Dizem que o Santos não aceitou Camilo e ainda pediu D'Alessandro. Obviamente, é uma piada. Na verdade, é um recado: quero um bom, e não um em má fase ou descartado. Cabe ao Inter pensar em outro nome.
Enfim: parece-me que o cenário para ter Zeca se torna cada vez mais favorável ao Inter, mesmo que a concorrência tenha muito mais dinheiro, como Flamengo e Corinthians. A hora de voltar a negociar é agora.