Enfim, visitei a mesquita. Só as de Meca e Medina são maiores e, ainda assim, obras no entorno podem virar esse jogo no futuro. O certo é que não se pode vir a Abu Dhabi sem contemplá-la por dentro, ainda mais com a chance de o Grêmio acabar com o planeta no sábado.
Já a conhecia, mas não se pode vir aos Emirados sem retornar. Nada mudou, salvo alguns cuidados a mais, como não deixar liberado todo o espaço do imenso tapete persa verde feito por duas mil mulheres, na sala de orações.
Nesta segunda vez na Big Mosque, como os turistas a chamam, descobri algo que não tinha percebido na outra. Tatuagens são consideradas profanas. Quem as exibe têm de tapá-las com alguma peça de roupa.
Como anda cada vez mais raro alguém sem tatuagem, calcule você aí a loucura dos seguranças caçando desenhos nos turistas. É até engraçado. Nem Popeye com Olívia Palito no cotovelo passa.
Tempestade do deserto
Uma informação surpreendente está circulando entre veículos de comunicação árabes. O site Gulf News cravou que pode chover – isso mesmo: chuva, água caindo do céu, trovoadas – em todo o território dos Emirados.
E no fim de semana, ainda por cima, o que abre a chance de Grêmio e Real Madrid jogarem neste sábado como se estivessem na umidade sul-americana.
Em Al Ain, onde estava o Grêmio até quarta-feira, já choveu de alagar as ruas. É inverno na terra do Mundial, mas não é comum. Será que vamos pegar uma tempestade no deserto, sem mísseis e bombas?
Procura-se esquinas
Agora é oficial. Não há pedestres em Abu Dhabi. É um reino absolutista de carros. Duda Garbi e eu tentamos caminhar um tanto nas imediações do Zayed Sports City Stadium, após o Real Madrid chutar 33 vezes contra o gol do Al Jazira, mas ganhar só de 2 a 1.
Outra descoberta: os quarteirões são intermináveis. Não acabam nunca. Onde estão as esquinas dessa cidade? E para que serve uma cidade sem esquinas?
Precursores do e-mail
O animal símbolo dos Emirados é o falcão. A ave está em fotos, anúncios e até no brasão do país, sempre em postura imponente e ameaçadora. É uma paixão reverencial. Há veterinários que só tratam de falcões. E hotéis para eles repousarem.
Os velozes falcões levavam e traziam mensagens nas garras entre os sete emirados, em tempo recorde. Eram tempos de areia e sol, em vez de rodovias sem um buraco sequer. Os falcões árabes foram os precursores do email.
Grêmio no mundo
No treino do Grêmio, nesta quinta-feira realizado em um estádio das Forças Armadas, flagrei a Nippon TV, que obviamente vem a ser do Japão, preparadíssima para a grande final. Os japoneses têm fichas completas de todos os jogadores.
Renato, obviamente, que fez história lá mesmo, em 1983, quando acabou com o Hamburgo na prorrogação, tem posição de destaque nos alfarrábios japoneses. O Grêmio também foi página central do jornal impresso Nacional, editado em inglês.