De novo, diante do seu torcedor, assim como na derrota para o Ceará, o Inter deixou escapar em casa a chance de garantir a pontuação do acesso. O empate em 0 a 0 com o CRB doeu pela ruindade da partida. A Série A virá, mas a atuação mais uma vez assustou.
Desse jeito, o Inter a disputará em 2018 com um único objetivo: não cair de novo. As últimas atuações foram péssimas, passando a impressão de que pode até pintar um sofrimento para subir matematicamente. E se perder contra o Luverdense?
As últimas atuações permitem admitir tal hipótese. As vaias foram merecidas. O futebol do Inter no primeiro tempo foi horroroso e previsível, reduzido a cruzamentos para a área.
Não é aceitável que um time jogue apenas em função do centroavante de referência. É preciso criar alternativas por baixo, na troca de passes. Do contrário, vira balonismo FC (ao lado). Total de cruzamentos: absurdos 40. Contra o CRB. Futebol não é isso. Não se vai a lugar algum dessa maneira.
A obrigação de criar espaços era da equipe de Guto Ferreira, e não do pobre CRB. Futebol exige movimentação constante, e o Inter do primeiro tempo foi estático. Pottker ou Sasha driblavam um, mas paravam no segundo ou terceiro marcador. Era só jogada individual. A D’Aledependência gritava. O camisa 10 tinha de vir aqui atrás buscar a bola, às vezes entre os zagueiros.
Guto voltou do intervalo com Nico López no lugar e Sasha. Poderia ter sido mais ousado contra o inofensivo CRB, tirando Dourado e colocando Camilo. Manteria o 4-1-4-1 e uniria D’Ale e Camilo por dentro, reforçando a posse de bola com armação de jogadas. A entrada de Nico, por si só, não adiantou nada.
O Inter continuou mal, e ainda ameaçado em contra-ataques. Camilo no lugar de Pottker melhorou um tanto, mas nada grave. Sem Damião, com cãibras, e com Carlos, o time perdeu o pouco que tinha: a miserável bola área. Pressionou na marra, sem organização, no grito da torcida, piorando a cada lance.
Um 0 a 0 terrível do Inter com o esquálido CRB. Repito: tempo é pelo ano que vem colorado.