Eu estava na transmissão da Gaúcha naquele jogo contra o Paysandu que culminou na queda de Antônio Carlos Zago. Cenário muito parecido, nas entrevistas pós-jogo e nos semblantes, ao da derrota do Inter de Guto Ferreira para o Vila Nova, em Goiânia. Lá atrás, disse que não era hora para apostas. Citei Levir Culpi como nome ideal, por ser experiente em todos os sentidos, inclusive em Série B. Mas Levir manda no vestiário. Com ele não tem mimimi. Veio Guto, com a marca de muitos anos de clube. Sem Levir, minha opinião foi: uma vez escolhido Guto (ou João, José, Pedro), que se desse suporte a ele. A lição a não seguir ainda estava morna.
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CORDA BAMBA 1 – Desde a saída de Argel, as trocas de técnico só ajudaram a piorar o Inter. Ressalva para Falcão. Com cinco jogos, o que podia fazer? Aliás, desde 2010, tirando Abel em 2014, nenhum serve. Nem Aguirre. O futebol vem caindo desde lá. Ou seja: pode piorar, se dirigentes e jogadores seguirem imunes às críticas. Repito: se for para repetir o lugar-comum da troca de técnico, o próximo não pode ser aposta. É obrigatório que seja domador de vestiário, se é verdade que os jogadores se esforçam conforme a simpatia pelo chefe.
CORDA BAMBA 2 – Era obrigação dos jogadores darem mais do que se viu no Serra Dourada mesmo que não houvesse ninguém na casamata. Não digo necessariamente ganhar, mas chutar duas bolas no gol é inadmissível. E não me venham com problema psicológico. O Santa Cruz não paga salário desde abril. Isso, sim, deprime. O Vila Nova vinha de cinco pontos em 15. O Inter não é um time de Série A na B, como arrogantemente se diz, repetindo o fracassado “clube grande não cai”. É time de B na B, e por isso deve encarar com humildade e suor o jogo de hoje com o Oeste. Só assim subirá na tabela: sofrendo e suando sangue.
CORDA BAMBA 3 – O lateral-direito chegou da Terceirona. Klaus e Roberson vieram da Série C. Danilo Silva foi para a Ucrânia e sumiu por anos, até retornar misteriosamente. Zagueiro canhoto, só Victor Cuesta. Junio, Alemão, Ortiz. E os homens de contra-ataque em um torneio de posse de bola, Carlos e Cirino? Fabinho virou solução apesar do currículo: Baraúnas, América-RN e Figueirense. Há jogadores de primeiríssima linha, sim: D’Ale, Nico, Pottker, Dourado, Danilo Fernandes. Mas futebol é equilíbrio. Está na hora de o Inter procurar outros culpados, além de não apenas o técnico, sempre. Assim, talvez os próximos tenham mais chance de acertar a mão no Beira-Rio.