Toda vez que um time se desorganiza, de um jeito ou de outro, não importa o motivo, repito uma espécie de mantra no qual acredito com a força das convicções: adote uma ideia. Não importa qual, desde que seja uma ideia. Ali adiante, vencida esta fase inicial, dá para pensar em lapidá-la, quem sabe até alterá-la. Mas nada é pior do que a indecisão ou o vazio de propósitos.
Por isso Guto Ferreira está correto.
Ainda gostaria de ver Juan no lugar de um volante, mas serei pragmático: é a fase de afirmar uma ideia. Desde o empate em 0 a 0 no Recife, o Inter se defende no 4-1-4-1, com Dourado entre as linhas e três volantes de origem distribuídos nas funções deste desenho tático. A postura mudou. Mais jogadores rapidamente se colocam atrás da linha da bola. O pau cantou nas redes sociais após aquele empate medonho, em que o Arruda parecia o Freio de Ouro.
Fiz a frase, Rádio Gaúcha: o Inter não é time de A na B, mas de B na B mesmo. Tinha de vestir as sandálias da humildade. Ali estava um passo inútil para a grandeza do clube, mas importante no mundo real de um time limitado e de técnico novo. Um jogo inteiro, com acréscimos e tudo, sem levar gol. Um feito relevante, sem dúvida.
Já são três partidas incólume. No Bento Freitas, o contra-ataque oferecido por um Xavante desfalcado ajudou. No Beira-Rio, o Boa se retrancará, e o Inter tem se complicado nesse cenário. Será preciso criar sem se expor errado. A semana de treinos será vital para solucionar esse cobertor curto. Para chegar a algum lugar, é preciso um ponto de partida.
Uma ideia.
Guto parece ter encontrado a sua: tentar tornar o Inter mais robusto.