Lembro de um Sala de Redação, logo após a vitória dos reservas na Primeira Liga, sobre o América-MG, no qual mencionei o índice de acerto de passe de Arthur. O volante fora me impressionando aos poucos, à medida que eu comentava o jogo na Rádio Gaúcha.
À certa altura do segundo tempo, acionei o aplicativo que uso para conferir alguns dados básicos, importantes no auxílio de uma leitura mais substantiva da partida. Levei um susto. Arthur tinha 90% de passes certos. Não só aqueles toques laterais xaropes. O lance do único gol, de Everton, tem uma metida dele na vertical.
Quando o jogo terminou, mencionei como seria interessante ver um volante tão promissor dialogando no time titular, à luz das facilitações do entrosamento, e não tendo de fazer tudo sozinho entre reservas. Até armador Arthur se obrigou a ser naquela noite de 4 de abril, já que Gata Fernandez nada produziu.
Comparei-o a Maicon. Ambos aparam a bola com a sola do pé como se recebessem passe de futsal, antes de destiná-la ao companheiro, emprestando dinâmica ao time.
Não faz muito – 22 dias – desde aquela noite quase sem público na Arena e a desta quinta-feira, de casa cheia. Gostaria de ver Arthur em campo contra o Guaraní, do Paraguai. Ele daria a Renato a chance de devolver Ramiro à meia-extrema, robustecendo a marcação.
O técnico gremista recuou Ramiro na urgência de suprir Jailson, cada vez pior na saída de bola. Deu certo no começo, depois nem tanto – mas não por culpa de Ramiro. É que Moura caiu de rendimento.
Às vezes basta uma peça nova para fazer a engrenagem girar de novo.
Arthur pode ser esta peça.
Vitória é essencial para não dar chance (ou mole?) ao azar na Libertadores.