Sobre essa história de cair no grupo mais fácil da Libertadores, o que de fato aconteceu com o Grêmio, é sempre interessante avaliar o contexto.
Nada é por acaso. Tem o ditado aquele, no qual acredito como mantra, de que a sorte acompanha os bons. Se você está fazendo tudo certo, parece que o mundo te ajuda.
O Inter, por exemplo.
Deixou escapar várias chances em casa e trocou de técnico com quem escolhe roupa no armário. Aí abriu a porta dos azares de um lance mal marcado, um erro da arbitragem, um desfalque, uma bola na trave que salvaria a queda. Uma gestão profissional no futebol atrairia melhores fluidos. Trabalhando bem, a sorte vem também.
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No Grêmio e seu grupo barbada, com Zamora, Iquique e Guarany, dá-se o mesmo pela outra ponta. O fato de ser cabeça de chave tirou do caminho alguns adversários difíceis, mas esta condição só veio graças à subida no ranking da Conmebol após o título da Copa do Brasil.
E, para ganhar a Copa do Brasil, um longo trabalho se fez, de gestão e de campo, no qual Roger Machado e Romildo Bolzan foram importantes, culminando com os ajustes de Renato. O Grêmio deu uma bela ajuda para a sua sorte, como se vê. Só tem um detalhe: mesmo na sorte, o Grêmio teve azar. Explico.
Até este ano, a melhor campanha da fase de grupos dava não apenas a prerrogativa de decidir em casa nas oitavas de final, mas garantia também um adversário mais fraco.
O primeiro pegava o 16º, e assim por diante, facilitando o caminho. Salvo exceções, é claro: o River foi campeão em 2015 mesmo tendo chegado às oitavas na rabeira da primeira fase.
Pois em 2017, quando o Grêmio dá a sorte de pegar um grupo fácil, no qual poderia somar muitos pontos, nada disso valerá. A mudança no regulamento, que alongou a competição até novembro e aumentou o número de participantes (são 47) agora prevê sorteio livre para definir confrontos nas oitavas, como na Champions.
O gremista deve estar se perguntando: mas justo agora?