No Sala de Redação de quarta-feira, instado pelo Guerrinha, arrisquei que o Grêmio venceria por 1 a 0 o Gre-Nal da noite, na Arena. O Duda Garbi perguntou qual era a razão do palpite. Respondi que achava que o Cebolinha seria o fator decisivo.
Errei.
O Cebolinha foi o melhor em campo e fez as jogadas dos dois gols, sim, mas o Grêmio foi superior ao Inter em todas as instâncias: tecnicamente, emocionalmente e taticamente. O Inter só não foi goleado porque seu goleiro, Marcelo Lomba, teve grande atuação. Foi o melhor do time.
O Grêmio, além de um desconcertante Cebolinha, teve, como sempre, a impermeabilidade de Kannemann e Geromel, a liderança de Maicon, a técnica maliciosa de Diego Souza, a dedicação de Alisson e, a grande novidade, dois laterais muito efetivos. Cortez jogou como em suas melhores jornadas, com segurança e sabedoria, e Orejuela foi um Cafu pelo lado direito. É o melhor lateral-direito que surgiu no Grêmio nos últimos anos.
No Inter, quase todos os jogadores fracassaram miseravelmente. O time entrou em campo nervoso, usando mais da violência do que da inteligência – antes dos 15 minutos, três jogadores colorados haviam recebido o cartão amarelo. Era um time que jogava sem naturalidade, não sabendo o que fazer com a bola, quando estava com ela. Tudo no Inter, à exceção do goleiro, foi ineficaz. A derrota por 2 a 0 pode ser considerada uma bênção. Poderia ter sido muito mais.