O Grêmio jogou muito bem contra o Flamengo. Muito bem. Controlou o jogo, envolveu o adversário, criou chances de gol. Alisson, Diego Souza e Isaque perderam chances límpidas de marcar na frente do goleiro Diego Alves, o Grêmio poderia ter obtido um placar folgado no Maracanã.
Aí ocorreram as lesões de Diego Souza e Maicon. Os dois estava sendo quase impecáveis. Maicon, se tivesse cinco anos a menos, seria o dono do meio-campo da Seleção Brasileira. Ele já era bom antes, mas foi evoluindo com a experiência, foi adquirindo sabedoria de jogo e se tornou excepcional. Seu toque na bola é precioso, sua noção de espaço é algo fora dos parâmetros normais, e no futebol, mais do que tudo, o que importa é a noção de espaço.
Já Diego Souza ganhava TODAS as bolas por cima. Ele também, como Maicon, aprendeu com a idade. Tornou-se melhor, mais sábio, compreende exatamente o que tem de fazer numa partida de futebol.
E esses dois se machucaram. Uma falta de sorte. Mas, bem, baixas acontecem, numa batalha. O comandante precisa saber disso e ter remédio para isso. Lucas Silva e Isaque entraram. As características do time mudaram, mas o Grêmio seguiu bem. Eles estavam no mesmo nível dos demais.
Mas aí Renato precisou mudar outra vez, e o que ele tinha não era uma solução, era uma aventura. Thiago Neves é o oposto de Maicon e Diego Souza. A idade, em vez de refiná-lo, o envelheceu. Como aconteceu em todas as suas partidas pelo Grêmio, sua entrada quebrou o ritmo do meio-campo e fez crescer o adversário. Foi aí que o Flamengo pressionou e chegou ao empate.
Para corrigir esse erro que vem se repetindo em 2020, Romildo tem de agir. Tem de contratar. Mas, se não puder contratar, tem de mandar Thiago Neves para um clube em que ele se adapte melhor. Tem de tirar Thiago Neves da frente do Renato. Antes que Thiago Neves se transforme em um novo André.