Vi o texto que será lido nos quartéis sobre o 31 de março. É um documento em que eles não assumem nada, não pedem desculpas, mas também não comemoram. É algo meio neutro, que tenta dar aquela explicação, uma justificativa para o golpe. Foi um contragolpe, alguns dizem, para evitar que um golpe fosse dado.
Fala na Guerra Fria e, realmente, ela teve influência direta no Golpe Militar de 64. Se não fosse a Guerra Fria, certamente não haveria o golpe e várias outras intervenções dos Estados Unidos em diversos países da América Central, da América do Sul e de outras partes do mundo. Isso porque tinha aquela disputa de influências entre União Soviética e Estados Unidos. E hoje ainda há esse medo do comunismo.
Acho engraçado, existe o foro de São Paulo, onde os caras fazem aquela reunião, planos e tal. É meio parecida a maneira como as pessoas encaram esse foro como se fossem "Os Protocolos dos Sábios de Sião". Esse foi um livro urdido, inventado por pessoas antissemitas, dizendo que os judeus queriam tomar conta do mundo. Um livro que trazia a teoria de que os hebreus ou judeus, os sionistas queriam dominar o mundo. Contava com uma elucubração de uma forma delirante que é mais ou menos delirante como agora, de que "os militares permitiram que os agentes comunistas tentem destruir o Brasil por meio da cultura". É uma coisa delirante, meio louca, lunática, mas que está em voga hoje. Voltou!
As pessoas querem se convencer e ficar com uma ideia de que existem agentes comunistas, que está cheio de agentes da União Soviética, agora da Rússia. É claro que o PT queria se perpetuar no poder, isso todo mundo sabe, é evidente. Agora, essa trama sórdida, internacional comunista com todo mundo urdindo e trabalhando em conjunto, é coisa de gente lunática.