Não surpreende o alto percentual de abstenção. Nunca foi tão elevado.
Em Porto Alegre foi de 34,83%. Ou seja, mais de um terço dos eleitores não se interessaram em votar.
Segunda colocada na disputa, Maria do Rosário fez pouco mais de 254 mil votos. Já o número de ausentes foi de 381.965 — ou seja, uma diferença de quase 130 mil votos.
O índice de abstenção é muito alto, inédito e ruim para a democracia. Mas sejamos sinceros: quem é o grande líder do momento? Quem é a nossa referência? Lula e Bolsonaro?
Certo estava o Churchill quando disse que, se você acordar num polo, só vai ter gelo ao redor. Não saberá se é norte ou sul. Não há diferença.
Essa ideia serve para a política atual. As práticas dos extremos são iguais: tentar neutralizar o adversário.
E, no meio disso, tem o eleitor que não se vê mais representado. E sem representatividade de políticos que prometem e não cumprem, o eleitor não se sente estimulado a votar.
Para muita gente, o ato de votar não é mais sagrado como foi no passado. Se os políticos continuarem nos decepcionando, o índice de abstenção, infelizmente, deve aumentar.