Sou testemunha diária da evolução de uma mãe exemplar que acolhe as filhas. Conversa, ensina, ajuda a desenvolver valores. Dá carinho, amor, atenção, limites e, claro, faz algumas vontades delas, suas duas filhas. É muito emocionante ver uma mãe ser exemplo para as filhas. Nem tudo sai como queremos, tampouco perfeito. Não somos infalíveis, mas a mãe dá o mais importante, e o pai fica mais feliz ainda. A própria mãe diz, fazendo uma alusão ao estilo musical, que “a vida é um jazz, muito improviso”. Com o que eu concordo. Não existe como ser perfeito, podemos e devemos ser exemplares, tomar atitudes que sirvam de exemplo. E nisso, a mãe cuja evolução testemunho todos os dias dentro de minha casa é referência.
Não importa a trajetória, classe social ou faixa etária, tem um traço comum em todas as mães, que é o amor. É delas a felicidade maior, desde o primeiro minuto, pela criança que chegou. Não importam as dores e as angústias da gestação quando chega o momento de se tornar, oficialmente, mãe. E daí vem a transformação, acompanhada de um turbilhão de sentimentos.
Uma puérpera precisa de mais atenção ainda, muito mais do que o normal. E, se necessário, ajuda. O pai precisa estar à disposição e cuidar do filho, da filha ou dos dois, se forem gêmeos. A mãe fica muito sensível depois do parto. Os pais estão incólumes.
Preciso mencionar outra mãe. Ela era muito jovem na década de 1970, quando ficou grávida. Sei que deve ter sido um tormento, ainda mais numa cidade onde muitas pessoas têm um pensamento mais conservador, como é Caxias do Sul. Mesmo desacreditada, ela não se rendeu à pressão, passava a mão na barriga e conversava com a criança que ali se desenvolvia:
— Nós vamos ser felizes juntos, em qualquer lugar.
Se pensasse diferente, eu poderia nem ter vindo à luz. Minha mãe me emociona desde a gravidez.
Infelizmente, meu pai não está mais neste plano. Mas aprendi muito com ele, tanto quanto com a minha mãe. E, felizmente, ela ainda está aqui torcendo por mim. As atitudes dela criando dois guris e, depois, uma menina, deixaram marcas para a vida toda, são um legado insubstituível. De mãe.