Médicos gaúchos comemoram os 70 anos do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) marcando a data com o lançamento de um livro sobre a história da entidade no Estado. O símbolo do aniversário, a obra, foi supervisionada e editada pelo médico mastologista José Luíz Pedrini e escrita pelo jornalista Eliziário Goulart Rocha com o título O Cremers na História da Medicina.
Além de escrever, pesquisar e editar, os dois se aventuraram nos porões do Cremers em busca de documentos espalhados em gavetas de móveis antigos para poder contar a origem do conselho. Alias, com frequência, se ouve a pertinente pergunta sobre a diferença entre Sindicato Médico (Simers) e Cremers. O sindicato é responsável por questões trabalhistas e corporativas. O conselho monitora e pune, quando necessário, o médico na atividade.
Ao narrar a trajetória dos profissionais no Rio Grande do Sul, a obra se revela um documento importante e esclarecedor. Conta a história da medicina no Brasil e no Rio Grande do Sul, resgatando o Cremers desde os seus primórdios, os detalhes do episódio historicamente lembrado como a Revolta da Vacina e o desenvolvimento de outras vacinas que vieram depois. No capítulo sobre a Medicina no Brasil, um dos destaques é a primeira Santa Casa, em Santos. O livro também mostra por que, além do juramento prestado por formandos, Hipócrates é considerado o Pai da Medicina.
O tratamento médico evoluiu muito nas últimas décadas e a obra reproduz bem essa evolução ao mostrar as telas pintadas com as primeiras lições de anatomia, métodos antigos, sem os recursos que dispomos, para escancarar o paradoxo com os tempos atuais, quando robôs e inteligência artificial são usados em procedimentos com pacientes.
Um livro comemorativo de uma instituição, lançado no último dia 21 de março, em Porto Alegre, costuma ser mais protocolar, mas essa obra vai além e mostra um panorama histórico que coloca um conhecimento mais amplo à disposição da sociedade.