Não existe alento que possa reduzir a dor do ataque vil perpetrado por um homem numa escola infantil, nesta quarta-feira (5), em Blumenau (SC). Quatro crianças — de quatro a sete anos — foram mortas.
Mas, em meio à tragédia, uma professora foi rápida e salvou bebês, que podiam ser expostos ao matador. Simone Aparecida Camargo cuida de crianças de colo. Segundo relatou logo após o ataque, ela se preparava para o banho de sol com os bebês quando uma colega foi à sala dela avisar que a escolinha fora invadida.
Simone teve o tino de levar as crianças para um banheiro e trancá-las para que ficassem protegidas. Nas redes sociais de Simone, fotos indicam que ela ama a profissão — pedagoga com pós-graduação — e é católica devota, como mostra uma imagem em frente à Basílica de Nossa Senhora Aparecida, em São Paulo, em cima de uma mensagem cristã.
Simone é casada e mãe de uma menina perto de seus 10 anos. Prevaleceu o instinto materno e o amor pela profissão ao se arriscar e esconder os bebês para protegê-los.
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Esclarecimento sobre a cobertura
GZH decidiu não publicar o nome, foto e detalhes pessoais do assassino de Blumenau. As pesquisas mais recentes sobre massacres deste tipo mostram que a visibilidade pública obtida pela cobertura da mídia pode funcionar como um troféu pelos autores, e estimular outros a cometer atos similares. A linha editorial dos veículos da RBS em outros casos recentes já vinha sendo a de não retratar estes criminosos em detalhes, noticiando apenas o nome e informações resumidas sobre eles. Ao restringir ainda mais esta exposição, medida também tomada por outros veículos de jornalismo profissional, buscamos colaborar para que os assassinos não inspirem novos atos de violência extrema como o desta quarta-feira (5).