Tem uma série de aprendizados que o episódio de domingo (8), em Brasília, está produzindo. Trago alguns deles para contribuir com a reflexão.
Primeiro, nunca será demais condenar os vândalos pelo que fizeram. As imagens da selvageria mostrando o Brasil estão em todas as partes do planeta, comprovando a gravidade do que aconteceu.
Segundo: quebra-quebra e destruição de patrimônio público não têm outro nome que não passe por terrorismo.
Terceiro, agora entra a democracia: é preciso catar os terroristas. Prendê-los e julgá-los.
Quarto: precisamos saber como uma massa de milhares de pessoas se desloca facilmente pela capital federal como se nada estivesse acontecendo e ninguém estivesse vendo. Houve algumas punições, como a demissão do secretário de Segurança do Distrito Federal, Anderson Torres, e o afastamento do governador Ibaneis Rocha. Mas tem outras digitais na leniência de domingo.
Decorrente do anterior, o quinto ponto é: boa parte das pessoas que estavam lá quebrando tudo viajou por longo caminho. Ninguém as abordou na estrada?
A sexta lição é que o episódio de domingo é o desfecho de um fenômeno que vinha se anunciando na frente dos quartéis e que pode ter sido subestimado.
E por último, ao menos nesta rápida lista, e não menos importante: os vândalos não enxergam nos poderes as suas representações. Nem no parlamento, nem no Judiciário, tampouco no Executivo. São bandidos, destruidores, e assim devem ser tratados. Eles só têm olhos e ouvidos para as redes sociais, e lá é o ambiente em que se propaga informação falsa.
Pregam exatamente o oposto do que fizeram em Brasília. O preço que pagam é que estão mais desmoralizados ainda. Destruir patrimônio público — e nós todos vamos pagar pela recuperação — é moralmente indefensável. Um quadro de Di Cavalcanti atingido é a consagração do desconhecimento. Embora esteja tudo nas redes, as autoridades precisam identificar os envolvidos e apresentar a punição, porque o terrorismo precisa ter cara.