Se você percorre as estradas da serra gaúcha com frequência, é provável que não seja nenhuma novidade o que vou contar. Não tem nada de inédito na precariedade das rodovias que ligam cidades como Caxias do Sul, Farroupilha e Bento Gonçalves, sobretudo as RS 122 e 453. A diferença agora é que elas estão piores do que o padrão para essas estradas - que são normalmente péssimas.
Agora, se a sua visita à região é eventual, prepara-se. Fazia muito tempo que a RS-122, na subida da serra, não se encontrava tão precária. O calvário de quem usa a estrada começa logo depois do acesso a São Vendelino e se estende até a entrada de Caxias do Sul - são quase 40 quilômetros de viagem sob risco permanente de estourar a roda do carro em um buraco.
Bem, são mais que buracos. São crateras, sem exagero.
Notem que não estamos falando de uma estradinha vicinal por onde passam poucos veículos, o que já seria ruim. A RS-122 liga do Vale do Caí à Serra. Quem sai de Porto Alegre e viaja a Caxias do Sul, usa esse caminho. Ou seja, os dois maiores municípios do Rio Grande do Sul são ligados por uma estrada que, em determinado trecho, é intransitável.
No contorno de Farroupilha, trechos do asfalto apresentam elevações que fazem o veículo trepidar. E logo em seguida, você cai no próximo buraco. Faria bem a autoridade de trânsito desligar o pardal da 122. Ninguém em sã consciência poderia superar o limite de velocidade numa estrada cravejada de buracos.
A maior parte da produção industrial da região mais industrializada do Estado precisa passar por uma estrada que é um campo aberto de buracos, desníveis, falha no asfalto. É, sim, um desprezo do Estado com a população que paga impostos, produz riqueza e gera emprego e renda com a indústria, comércio e turismo.