Desembarcando do avião em um voo São Paulo-Boston, numa fria manhã de outubro, há uns 15 anos. Recém-chegados sonolentos, avançando lentamente a caminho da alfândega, dois americanos conversando atrás de mim. "O que você foi fazer no Brasil?", um deles perguntou. "Faço parte de um time internacional que avalia universidades, estava avaliando no Brasil." Pausa. "Ah, OK", assentiu o primeiro. E continuou: "E as universidades deles são boas como as nossas?". Até hoje é difícil descrever o que eu senti ao ouvir a resposta do avaliador de universidades. Ele nem demorou a falar. Soltou um "Nah" – um não daqueles que querem dizer "nem pensar".
Ensino Superior
Excelência
Não adianta as universidades brasileiras terem cientistas maravilhosos, é preciso um plano não apenas institucional, e sim nacional, de estímulo à geração de conhecimento
Cristina Bonorino