Cláudia Laitano
Ignorado pelos espelhos, algoz dos corações partidos, malvisto até mesmo quando se distrai sobre a mesa à hora das refeições, o cotovelo nunca passou de um coadjuvante no grande espetáculo da anatomia humana. Que poeta cantou em versos os cotovelos da mulher amada? Que hino celebrou a articulação de todos os braços contra a tirania dos pontapés? Que resquício de vaidade repousa sobre essa esquina quase esquecida de nós? Esquerdo ou direito, o cotovelo é nosso mais gauche ângulo reto.
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