Cláudia Laitano
Ser ingênuo é um problema, mas não confiar em ninguém pode ser exaustivo – e eventualmente até delirante. Conheci um jornalista que construiu boa parte da sua reputação em redações explorando uma tendência natural para a paranoia. Onde eu via flores e grama verdinha, ele via mentiras, conspirações, tramas secretas. Por um lado, admirava sua habilidade para investigar histórias mal-contadas. Por outro, ficava aliviada por ter sido abençoada por uma certa inclinação para ver o lado bom das coisas. Entre o risco de não perceber uma ameaça iminente e um estado de alerta e sobressalto constante, prefiro (e me inclino para) as flores e a grama verdinha.
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