O técnico Renato Portaluppi não esteve no CT Luiz Carvalho na apresentação do grupo de Grêmio na tarde de segunda-feira (14). Os atletas começaram o trabalho visando o clássico Gre-Nal do próximo sábado, no Beira-Rio.
Segundo as informações da reportagem, o treinador foi liberado pela diretoria e seguiu no Rio de Janeiro. A razão alegada foi que o primeiro trabalho da semana é físico, e o treinador não se faria tão necessário na atividade. Mas, afinal, qual é a função de um treinador?
A discussão sobre as folgas de Renato é antiga por aqui. Todos sabem que a relação do ídolo com a torcida amplifica estas questões e os resultados históricos do técnico no comando do time garantem defesas para atitudes que, com outros nomes, seriam recheadas de críticas. A semana Gre-Nal e o atual estágio do time tricolor carregam o ambiente, e o sentimento do torcedor é de desânimo.
Muitos parecem desistir de tentar modificar as rotinas e começam a parar de acompanhar esse contexto do clube. O Grêmio começa a perder engajamento por causa de ações como essa e deveria estar atento a isso.
Um técnico, antes de qualquer coisa, é o comandante do vestiário, e serve como exemplo para o grupo de atletas. Atitudes como as que Renato insiste em tomar, apenas confirmam os tipos de grupos que o Grêmio formou nos últimos anos. A segunda-feira sem o técnico no CT foi apenas mais um exemplo desta relação.
É preciso dizer que a ausência do técnico no início dos trabalhos da semana não será determinante para o resultado de sábado, mas o recado para o apaixonado torcedor é que a prioridade não estava nesta tentativa. A torcida quer vencer o Gre-Nal, acorda todos os dias pensando nisso, e, em última análise, é o que movimenta a paixão pelo clube. Os profissionais, sobretudo os que ganham fortunas, deveriam, ao menos, respeitar isso.
Não sabemos o resultado do Gre-Nal, mas este fato colocou mais um ingrediente nesta turbulenta relação. A vitória do Grêmio acalmaria tudo, mas uma derrota traria mais pressão a um ambiente que precisa de calma. E, infelizmente, o próprio Grêmio e o técnico Renato que criaram essa situação.