A principal discussão do Sala de Redação, da quinta-feira (2), foi a relação de Luis Suárez com a competição. Jogar sempre da mesma forma, lutando pelo resultado independentemente do tipo de jogo que esta participando, foi o ponto mais valorizado por todos em relação ao ídolo uruguaio.
Tudo caminhava para o simples elogio a um grande jogador, até que o gênio Luciano Potter quebrou a rotina e trouxe para a conversa a comparação. E essa é a escancarada diferença entre os vencedores e os comuns. Suárez mostra todos os dias que está em um patamar diferente de praticamente todos os jogadores que atuam no futebol brasileiro. E o ponto de diferença não está, necessariamente, no talento. Suárez mostra mais dedicação.
Potter foi forte, e chamou de vagabundagem a atitude de jogadores que escolhem momentos para render o seu melhor. No mesmo instante, veio a constatação de que o maior de todos os atletas que atuam no Brasil era Suárez, e que ele jamais deixou de se dedicar, independentemente do seu futuro por aqui. E essa é a dura realidade que precisa estar definida na cabeça de todos que amam o nosso futebol.
A passagem de Suárez pelo futebol brasileiro precisa ser um aprendizado para todos que amam o esporte. Torcedores, cronistas e, até mesmo, jogadores precisam aprender que os gigantes se dedicam, lutam até o fim e idolatrar quem não tem essa essência não é o caminho correto. Amar a profissão é respeitar esse contexto e a dedicação é a única coisa que jamais pode faltar.
O jogador Luis Suárez, quatro Copas do Mundo, maior centroavante da história do futebol uruguaio, quarto maior goleador da atualidade, acabou, na sua vinda ao Brasil, dando um tapa na cara, sem querer, na atual formação dos jogadores no país.
Mais do que vibrar pela presença de Suárez no Brasil, está na hora de pensar também. E pensar muito. Que caminho queremos para o nosso futebol.