Os Estados Unidos se preparam para mais uma eleição, dessa vez com reviravoltas a meses da votação, em novembro. Se em 2016 Hillary Clinton era a candidata democrata, agora, com a desistência de Joe Biden, Kamala Harris deverá ser a candidata do partido. Mas será que ela terá forças para fazer frente a Donald Trump? Na outra eleição houve uma série de escândalos envolvendo a ex-primeira-dama. Hillary passou a ser questionada sobre e-mails polêmicos, enquanto Trump crescia no gosto dos americanos. A verdade é que ela nunca teve a simpatia das pessoas. Vinha com o combo da família Clinton, para o bem e para o mal. Cobri as eleições nos Estados Unidos em 2016 e ouvia muito das pessoas que a candidata ideal seria Michelle Obama, e não Hillary Clinton.
Por outro lado, Kamala não tem até agora escândalos ou qualquer suspeita, mas também não emplaca no quesito carisma. As duas ficam devendo quando o tema é o gosto popular, que move, junto com projetos, o eleitor.
Se eleita, Kamala será a primeira mulher a comandar a maior potência mundial. São dois opostos completos na disputa à Casa Branca. Donald Trump, o homem rico e que se considerava um não-político, e uma mulher que se preparou nos últimos anos para a oportunidade que terá após, enfim, Joe Biden dar espaço a outro nome mais disposto para concorrer neste momento. Kamala teve a chance de ser protagonista nesse governo, mas me parece que não aproveitou, e agora sentirá a pressão de concorrer ao cargo de presidente com Trump, que saiu fortalecido do debate com Biden e ainda foi vítima de um atentado há uma semana. Trump diz o que as pessoas que acreditam nele querem ouvir. O que dirá Kamala ao seu público e aos indecisos para tentar mudar, aos 45 do segundo tempo, o resultado da eleição?