A reta final dos Jogos de Paris promete ser de fortes emoções para o Brasil. Isaquias Queiroz está em duas semifinais da canoagem velocidade e ainda pode igualar o recorde de seis medalhas de Rebeca Andrade, o vôlei feminino enfrentará os Estados Unidos na semifinal na quadra, enquanto na areia o duelo será contra a Austrália. Como a Olimpíada é das mulheres, o futebol feminino brigará pelo ouro inédito diante das norte-americanas e a quinta-feira (8) promete disputa por pódio com Ana Marcela Cunha e Viviane Jungblut, na maratona aquática.
Mas além dos recordes e resultados, o Brasil ainda precisa falar em renovação, o que está dentro de um processo de construção de grandes nomes para o futuro e de ampliação da prática de modalidades para no futuro termos cada vez mais modalidades no pódio. Os novatos skate e surfe vieram com tudo nas suas duas participações e deram oito medalhas, cinco sob rodinhas e três nas ondas.
Sucessor de Isaquias se apresenta
Ele tem apenas 18 anos e, assim como o grande nome do Brasil na história da modalidade, nasceu na Bahia. Mateus Nunes Santos é o futuro da canoagem velocidade brasileira. Em Paris fez sua estreia olímpica e parou nas quartas de final. Conversei com ele, que não escondeu sua decepção com o resultado. Como um jovem de sua idade, estava ansioso. Mas ao mesmo tempo soube avaliar que tem que se adaptar ao nível de competitividade internacional na categoria adulta.
Entre uma prova e outra que disputou, ouviu conselhos do ídolo de como deveria ter se portado nas eliminatórias para ter o fôlego, que faltaria nas quartas de final e inviabilizaria sua sequência na competição.
No último Mundial júnior ele chamou atenção ao faturar três ouros, e aqui na França, tornou-se o mais jovem canoísta brasileiro em Jogos Olímpicos. Para ele, Los Angeles-2028 iniciou nesta quarta (7):
— Foi um aprendizado no topo do topo — disse, tentando sorrir após ouvir que seu futuro é promissor.
Maratona para acompanhar a canoagem
Chegar a Vaires-sur-Maire, local onde fica o Estádio Náutico, que recebe a canoagem, exige paciência e fôlego. É necessário pegar metrô, trocar de estação e ingressar em um RER, como são chamados os trens regionais e encarar quase uma hora de percurso, que passa por 17 paradas. Ao final, ingressar em um ônibus e realizar um trajeto de 20 minutos. Mas não para aí. Ainda é necessário caminhar por uma estrada por cerca de 30 minutos até o local das provas. É ali que muitos brasileiros vão acompanhar Isaquias Queiroz nos próximos dias. Na quinta tem C-2 e, na sexta, o C-1.
E para que a aventura fica um pouco menos desconfortável é possível se refrescar com uma espécie de borrifador d'água, que é encontrado no Estádio Náutico e na estação de Vaires-Torcy, que liga todos os pontos dessa verdadeira maratona.
Fique atento
Pode ter medalha gaúcha nesta quinta. Ela não é favorita. Não tem badalação em torno de seu nome. Mas anotem. Viviane Jungblut pode ser a grata surpresa na disputa dos 10 quilômetros de águas abertas no poluído Rio Sena. A gaúcha do Grêmio Náutico União tem feito um ciclo e vem de um excepcional resultado em etapa da Copa do Mundo. Ela vai estar em busca de um pódio inédito ao lado da atual campeã Ana Marcela Cunha. A prova começa às 2h30min (de Brasília).