A neta da dona Brecholina é é campeã olímpica. Beatriz Souza se tornou a terceira judoca brasileira a conquistar uma medalha de ouro, na modalidade que já deu ao Brasil 27 pódios.
Mas como bem disse Rafael Macedo "não somos só uma medalha". Beatriz Souza é a neta da dona Brecholina, esposa do Daniel Souza, jogador de basquete que deu uma agradável entrevista no Gaúcha Mais, na qual pude participar com a Kelly Matos, a Mariana Ceccon e o Paulo Germano. E conversando com ele pudemos saber o porque da nossa campeã ser tão gentil. Confira a entrevista abaixo
Bia é da categoria pesado, que é para as mulheres com mais de 78kg. E a paulista mostrou ser gentil até com as rivais superadas por ela. E com serenidade, tranquilidade, de quem não se abala com nada, ela contou na coletiva oficial que sua concentração é tamanha que ela sequer ouve o barulho das arquibancadas. E foi assim que ela silenciou a barulhenta Arena do Campo de Marte, na semifinal contra a francesa Romaine Dicko, número 1 do mundo e favorita ao ouro.
A neta da dona Brecholina frustrou os planos da festa francesa. O presidente Emmanuel Macron estava presente para entregar duas medalhas de ouro, uma para Dicko e outra para o ídolo local Teddy Riner. Acabou tendo que ouvir o Hino Nacional brasileiro antes da Marselhesa.
Nas entrevistas, lágrimas e sorrisos para orgulho de Peruíbe, no litoral paulista, onde vestiu quimono pela primeira vez. A campeã olímpica é focada, serena, simpática e dona de um coração gigante como sempre afirmam aqueles que tem com ela um convívio mais próximo.
Fruto de projeto social, Bia é do Brasil. É mulher, é negra, e quer ser exemplo para que meninas saibam que é possível. A neta da dona Brecholina é de ouro.
Sarah Menezes histórica
Assim como nesta sexta, 12 anos atrás eu também pude narrar no microfone da Rádio Gaúcha o primeiro ouro feminino no judô. E ele foi da piauiense Sarah Menezes, que aqui em Paris é técnica da seleção brasileira ao lado de Andrea Berti. Era a campeã do peso ligeiro que estava na cadeira ao lado do tatame orientando Bia. Agora, Sarah é a primeira brasileira a se tornar campeã olímpica como atleta e treinador.
Bastidores da zona mista
A chamada zona mista é uma Babel. Dão diversos idiomas falados ao mesmo tempo, em entrevistas e transmissões. Na semifinal de Beatriz Souza e Romaine Dicko, uma equipe da TV5 Monde da França estava ao meu lado e antes da luta iniciar uma jornalista olhou para o meu uniforme e identificou uma bandeira do Brasil. Ao perceber que era o país de Bia, ela me olhou e disse:"Sorry". Narrei a vitória da brasileira e apenas disse às duas colegas ao lado: "Sorry, Désolé". Jamais se canta a vitória antecipadamente.