O vôlei brasileiro vive processos de renovação. As seleções masculina e feminina estão envolvidas, no momento, com a disputa da Liga das Nações, competição que reúne 16 países em cada naipe e que conta pontos para o ranking mundial, que definirá a ordem dos grupos para os Jogos Olímpicos de Paris-2024. Mas apesar de toda essa importância do torneio, o foco maior ainda está nos torneios Pré-Olímpicos.
A equipe masculina está em terceiro na Liga e terá o fator casa como um ponto extremamente favorável para ficar com a vaga olímpica. A competição acontecerá entre setembro e outubro no Rio de Janeiro e os rivais de maior força serão a Itália, Cuba, Irã e Alemanha. República Tcheca, Ucrânia e Catar não deverão oferecer maior resistência ao time de Renan dal Zotto.
O treinador gaúcho, aliás, busca encontrar um time ideal. No grupo da Liga das Nações, tem trabalhado com nomes experientes como Bruninho, Lucarelli e Lucão, mas agregado novos atletas, como Honorato, Judson e Adriano. Renan ainda não firmou uma equipe base, até porque apesar da boa campanha, a seleção tem oscilado muito, com vitórias expressivas sobre a campeã olímpica França e a medalhista de bronze Argentina e derrotas inesperadas para Cuba e Japão, que é a surpresa da temporada.
No momento, o Brasil está no grupo dos candidatos a uma medalha olímpica. Até porque não se pode desconsiderar que desde a medalha de prata nos Jogos de Los Angeles-1984, ainda com Renan em quadra, a seleção esteve entre as quatro melhores em oito oportunidades, conquistando seis medalhas.
As mulheres estão em um processo mais acelerado de renovação. Já no Mundial do ano passado, quando ficou com o vice-campeonato, o técnico José Roberto Guimarães deu início a este ciclo e passou a contar com jogadoras como Kisy, Nyeme, Natinha, Tainara e Lorenne, sem falar e Julia Bergmann e Diana, que atuaram na edição 2002 da Liga das Nações, mas que pediram dispensa do Mundial vencido pela Sérvia.
O trabalho de Zé Roberto está à frente, mas não significa que por isso a seleção feminina é favorita absoluta. Pelo contrário. No Pré-Olímpico, que acontecerá no Japão em setembro, além das donas da casa, Turquia e Bélgica devem ser equipes que estarão na disputa das duas vagas em jogo. E até por isso, algumas veteranas seguem no grupo, como Carol, Gabi e especialmente Thaisa, que voltou a defender a seleção depois de cinco anos de ausência. E essa medida pode ser observada nas derrotas para China e Estados Unidos e até a vitória no duelo equilibrado diante da Sérvia.
E da mesma forma como os homens, as mulheres brasileiras também tem uma tradição a ser mantida nos Jogos Olímpicos. Desde 1992, quando pela primeira vez figurou nas semifinais do torneio, o Brasil esteve sete das oito edições, entre os quatro melhores, falhando apenas no Rio de Janeiro em 2016.