Belo Horizonte receberá no próximo dia 26 um grande evento de tênis, que marcará a reabertura do Ginásio Mineirinho. Serão duas partidas, uma de duplas e outra de simples, com campeões e finalistas de Grand Slam.
A grande atração será uma reedição da última final de Roland Garros, envolvendo o espanhol Rafael Nadal e o norueguês Casper Ruud. Mas antes deste duelo, um brasileiro em especial se sentirá emocionado.
Aos 40 anos, e em casa, Bruno Soares irá entrar em quadra para o seu jogo de despedida e ele terá ao lado um dos maiores jogadores de todos os tempos, o americano Bob Bryan, que ao lado do irmão gêmeo Mike, conquistou 119 títulos no circuito da ATP, incluindo todos os quatro Grand Slams (16 em 30 finais), todos os nove Masters 1000 (39 em 59 finais), o ATP Finals (quatro títulos) e a medalha de ouro olímpica, nos Jogos de Londres, em 2012.
Sem atuar profissionalmente desde setembro, quando foi eliminado no Aberto dos EUA e anunciou a aposentadoria, o mineiro aguarda ansiosamente a chegada deste dia de homenagem pela carreira de 33 títulos em torneios da ATP, quatro títulos de Masters 1000 e seis títulos de Grand Slam, sendo três deles em duplas mistas. Em entrevista ao programa Gaúcha 2024, da Rádio Gaúcha, Bruno falou sobre o jogo-exibição.
Como você recebeu o convite para essa despedida diante do público brasileiro ?
Essa exibição e essa homenagem de despedida caiu como um presente. Sou extremamente privilegiado de poder, no ano em que eu encerro a carreira, alguns meses depois receber na minha cidade, com a minha família, meus amigos, Bob (Bryan), (Rafael) Nadal, Casper Ruud, Marcelo (Melo), Rafael Matos e poder fazer um jogo-exibição pra comemorar minha carreira e fazer um encerramento bacana, numa grande festa, num estádio icônico de Belo Horizonte (Ginásio Mineirinho). Então pra mim, isso é um grande presente.
E desta vez a parceria com o Bob Bryan, que foi seu rival em diversos momentos de suas carreiras?
Finalmente vou ter a oportunidade de jogar com o Bob do meu lado. Depois de tantos confrontos e de ter apanhado tanto dele ao longo da minha carreira eu vou ter o privilégio de fazer o meu último jogo com ele de parceiro. O Bob sempre foi uma grande referência, um ídolo pra mim e acabou virando um dos meus melhores amigos no circuito. Um cara que me ensinou muita coisa, que sempre me acolheu muito bem desde o início. Várias pré-temporadas juntos em Miami, muita história legal. São dois caras que eu admiro demais, ele e o Mike, que não vem, mas o Bob vai representar toda a família. E ainda vou ter do outro lado o Marcelo, que é meu grande amigo e que fizemos nossas histórias juntos e ver o Rafa, nosso novo número 1, a nova geração que está trilhando nossos caminhos e representando o Brasil muito bem no circuito. Vai ser um momento emocionante e especial.
E nesse período, desde setembro, já está adaptado à vida de aposentado ?
Agora é uma vida nova. Novas aventuras, nova rotina, novos desafios. Já estou adaptado, porque eu já estava preparado para isso, para essa transição. É uma coisa que eu sempre deixei bem claro, que eu queria ter muito bem preparada a transição, quando eu resolvesse me aposentar das quadras e felizmente eu consegui fazer isso de uma forma muito orgânica. Quandoo eu terminei de jogar, já estava ocupado, com minha rotina, afazeres, e isso ajudou muito para não ter aquele choque do "e agora?". E realmente já estar focado nos projetos que tenho e seguir nessa parte de empreendedorismo para estar com a cabeça ocupada e não ter aquela ressaca da aposentadoria.