Os últimos quatro dias foram especiais para a ginástica artística brasileira. Em Porto Alegre, no ginásio da Sogipa, foi disputado o Campeonato Brasileiro Interclubes - Troféu Brasil. A competição contou com grande público e as presenças dos medalhistas olímpicos Rebeca Andrade, Arthur Zanetti e Arthur Nory, além de outros grandes nomes da modalidade como Flávia Saraiva, Jade Barbosa e Caio Souza.
Mas o brilho maior acabou sendo de uma atleta de um clube gaúcho. Andreza de Lima, do Grêmio Náutico União, que neste domingo (22) completou 15 anos fazendo o que sabe de melhor: ginástica.
Campeã do salto sobre a mesa no sábado, a atleta que está radicada em Porto Alegre há quatro anos venceu a disputa do solo e teve uma torcida toda especial. Na plateia, além da família, teve o apoio de Daiane dos Santos, que como ela também foi ginasta do União e que em 2003 encantou o mundo ao som de Brasileirinho e sagrou-se campeã mundial do solo.
E foi Daiane quem entregou a medalha de campeã brasileira. Após a cerimônia de premiação, a hoje comentarista conversou com a coluna.
Como foi pra você ver a Andreza, atleta do teu clube, o União, ganhar a prova em que você foi campeã mundial, o solo?
É muito bom poder ver o resultado da Andreza. Ela vem há muito tempo construindo isso com a Adri (Adriana Alves) e com o Kiko (Eliseu Burtet Neto) lá no União. E agora na nossa terra, na Sogipa, um clube parceiro, muito bom poder ver esses resultados dela e brilhando no solo e meu olho brilhou.
Aliás, hoje (domingo), dia de aniversário da Andreza. Nada melhor que comemorar os 15 anos com duas medalhas ?
Brindou o aniversário com uma medalha de ouro no solo. Acho que não tem presente melhor, de 15 anos. Mas ela tem que ter 15 anos de vida dentro do ginásio e é isso que a gente deseja pra ela com muita saúde.
A ginástica tem crescido a cada ano. Trabalho que começou a ter força com a geração que tinha como expoentes você, a Daniele Hypólito, o Diego Hypólito....
A gente tem hoje uma nova geração consolidada, inspirada na Rebeca, na Flávia, na Jade que já vem da nossa geração, que tem uma base ali. A gente vê essa nova geração agora e pensa em Paris, com a Gabi (Gabriela Barbosa), a Andreza, a Luíza (Oliveira), tantas meninas formando esse novo ciclo que está vindo agora e pra gente é muito bom ter essa passagem de collant. Ou na verdade uma permanência de collant, porque a Rebeca, Flávia, Jade permanecem e isso é muito importante pra gente também. Mas ter uma nova geração, com as novas meninas brilhando, assim como a geração que foi pra Tóquio num trabalho que vem desde 2016 e que vem marcando o nome do Brasil lá em cima.
E dentro do crescimento, o público tem papel fundamental. Aqui em Porto Alegre tivemos a primeira competição com arquibancadas cheias, desde o início da pandemia. Qual a importância desse fato para a modalidade?
É muito bom ver esse amor que as pessoas criaram pela ginástica. Essa construção que ficou e cada vez eu vejo esse amor das pessoas crescendo pela ginástica. É tão bom ver o público no ambiente esportivo. As pessoas fazem falta e faz muita diferença ter eles pertinho. Deixa mais especial. É um brinde especial um evento com público, aqui conosco, na nossa terra. Ter o calor do gaúcho nesse frio é muito bom.