A tarde desta terça-feira (24) marcou a despedida de um maiores jogadores de sua geração. O tenista francês Jo-Wilfried Tsonga deixou as quadras aos 37 anos dando show em Roland Garros.
Diante do norueguês Casper Ruud, 12 mais anos mais jovem, o ex-número 5 do mundo não resistiu ao peso do tempo e apesar de um ótimo desempenho foi batido pelo atual oitavo colocado na classificação mundial. Mas o que mais importou na partida foi o que fizeram Tsonga, o público e a Federação Francesa de Tênis (FFT).
Tsonga é daqueles casos que sempre alguém dirá que se tivesse nascido em outra época seria maior do que foi. Mas será que realmente é necessário vencer tudo para ser grande ? Sim, o objetivo final do esporte é a vitória. Mas o que ele representou para o tênis, para seu país, para as crianças que inspirou enquanto cruzava o planeta e acumulava 18 títulos profissionais, mesmo que nenhum deles tenha sido de Grand Slam?
Após a partida, a FFT levou à quadra Philippe-Chatrier a família do tenista nascido em Le Mans. Estavam lá os pais, a esposa, os filhos, os irmãos, os jogadores franceses de sua geração e também todos os treinadores de sua carreira desde os primeiros anos.
No telão, uma bela homenagem com vídeos de Andy Murray, Novak Djokovic, Roger Federer e Rafael Nadal, todos contemporâneos de Tsonga e que foram as principais causas para que ele jamais vencesse um Major, onde foi semifinalista em seis oportunidades. Aliás, não à toa sua melhor classificação no ranking foi um quinto lugar.
Mas Jo-Wilfried Tsonga foi tudo que um esportista deve ser. Vencedor, afinal ergueu 18 troféus no circuito, além de uma Copa Davis, ganhou 467 das 705 partidas de simples que disputou e serviu de inspiração como disse o algoz Ruud: "Eu tinha 9 anos quando vi o Jo pela primeira vez, pela tv. Ele derrotou o Nadal, que era meu jogador favorito, no Australian Open, e passou a dividir essa condição com ele".
E antes de todas estas justas homenagens, o público francês deu o tom de como se deve tratar grandes ídolos, independente da época. Em uníssono, na virada do primeiro para o segundo set, logo após Tsonga vencer a parcial no tie-break, todos se puseram de pé em cantaram orgulhosos "A Marselhesa", o belo hino da França. O tênis e o esporte só tem a agradecer. Merci, Jo!