Dois possíveis novos focos de contaminação por gripe aviária em animais marinhos no RS estão sob investigação. As suspeitas foram registradas em São José do Norte, na região Sul, e em Torres, no Litoral Norte.
Na semana passada, dezenas de animais marinhos foram encontrados mortos ou doentes em Rio Grande e Santa Vitória do Palmar. Até o momento, não há registros em humanos ou na avicultura gaúcha.
A Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), órgão que representa as prefeituras gaúchas, promoveu uma reunião de emergência na tarde desta segunda-feira (9) para discutir sobre o tema com os prefeitos do litoral. Os gestores buscam apoio do governo do Estado para isolar as áreas contaminadas e apoio técnico para remover e enterrar os animais mortos.
As praias do Cassino, em Rio Grande, e a do Hermenegildo, em Santa Vitória do Palmar, são os pontos onde estão concentrados 90% dos casos. Exames laboratoriais confirmaram que dois leões-marinhos morreram de influenza aviária.
Até o momento foram encontrados 80 animais mortos ou doentes, sendo oito leões-marinhos e dois lobos-marinhos na praia do Cassino, em Rio Grande; 29 leões-marinhos e 25 lobos-marinhos em Hermenegildo, em Santa Vitória do Palmar; 10 leões-marinhos nos Molhes da Barra de São José do Norte; um leão-marinho na Praia Real, em Torres; e cinco leões-marinhos em Quintão.
Após a confirmação, a Secretaria da Agricultura do RS concentra os esforços na contenção e monitoramento da doença.
—A principal orientação para a população é não se aproximar de animais mortos ou doentes na beira da praia e sempre que avistar algum animal doente notificar a Secretaria da Agricultura pelos canais oficias — diz Francisco Lopes, diretor da Vigilância Sanitária do RS.
Há duas hipóteses para a contaminação: ou os animais se alimentaram de aves contaminadas ou foram infectados no ambiente. Os animais são oriundos do Uruguai, onde também foi registrado um foco de gripe aviária e dezenas de lobos e leões-marinhos morreram.
Os machos que vieram do país vizinho e estão descansando na costa gaúcha podem estar contaminados e trouxeram o vírus consigo. A Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) adotou medidas para proteger as granjas com medidas sanitárias e o reforço de telas, que impedem a entrada de aves silvestres. Nenhum caso foi registrado nas granjas do Estado.
— O alerta é permanente. A partir do momento em que entrou no Brasil, a gente tem consciência de que esse vírus circula no país. A responsabilidade do setor para continuar atendendo essa demanda dia após dia é justamente garantir essas ações de biosseguridade —diz José Eduardo dos Santos, presidente da Asgav.
O primeiro foco foi registrado em maio desse ano na reserva ecológica do Taim, quando cisnes começaram a aparecer mortos. Após 90 dias de monitoramento, a Secretaria da Agricultura declarou o foco extinto. Agora, o vírus passou a atacar os mamíferos.
Em Torres, a prefeitura diz que vai fazer uma campanha para que as pessoas mantenham a distância dos locais em que os leões-marinhos estejam.