A estiagem que atinge o Rio Grande do Sul obriga cada vez mais município a tomarem medidas para auxiliar os produtores rurais. No final da tarde desta quarta-feira (25), foi a vez de Viamão decretar situação de emergência em razão da falta de chuvas.
Com a maior área rural da Região Metropolitana, o município vem sofrendo duras perdas nas lavouras. Dados da Emater gaúcha apontam que, na cultura do milho em grãos, houve um prejuízo de 42%. Já o cultivo de hortaliças teve redução de 50%. Produções de soja, arroz e pecuária também foram afetadas. Ao todo, a perda financeira estimada é de R$ 60 milhões.
Segundo o secretário de agricultura de Viamão, Henrique Noronha, o nível de chuvas começou a diminuir ainda em agosto do ano passado. Desde então foram apenas 58 milímetros de precipitação, cerca de cinco vezes menos do que o esperado para o período de seis meses. Na cidade, a estiagem é mais severa do que a que passou pelo Rio Grande do Sul no início de 2022. Na época, não foi necessário decretar situação de emergência.
— Fazia muito tempo que não havia uma seca dessa magnitude no município. Ano passado enfrentamos uma pequena estiagem, mas em janeiro já houve registro de chuvas regulares. Dessa vez, não sabemos quando haverá uma instabilidade mais significativa — afirma.
A prefeitura calcula que cerca de 14,4 mil pessoas são afetadas pela estiagem. Como uma das ações imediatas, estão sendo construídos açudes para os produtores mais necessitados. Além disso, ao menos dez famílias já enfrentam problemas no abastecimento de água para consumo humano. O executivo garante o envio de caminhões-pipa para estas propriedades.
O decreto de situação de emergência permite, entre outras medidas, que o município consiga adquirir equipamentos para auxiliar a população atingida sem a necessidade de licitação. A medida já havia sido tomada pela prefeitura de Porto Alegre na última terça-feira (24). Conforme a Defesa Civil, ao menos 167 prefeituras já decretaram situação de emergência, o que representa 33% do total de municípios.