Com o retorno do público ao Parque de Exposições Assis Brasil, a 44ª Expointer chegou ao fim neste domingo (12) com a avaliação positiva dos organizadores, que celebraram a realização do evento de maneira presencial em meio às restrições da pandemia do coronavírus. Os resultados financeiros menores do que os da última edição presencial, em 2019, não surpreenderam em razão da redução de público e expositores.
— Não tenho dúvida de que o que nós fizemos aqui, observando todos os protocolos sanitários, servirá de exemplo para grandes eventos — disse o vice-governador Ranolfo Vieira Júnior, ao apresentar o balanço.
Na visão da secretária da Agricultura do Estado, Silvana Covatti, a edição passa a ser referência na realização de grandes eventos para o país e deve ser lembrada pelo pioneirismo de ter ocorrido em meio a pandemia.
— A nossa Expointer está cumprindo o seu papel de ser uma feira que ultrapassa negócios. Inspirada pela força do agro, a feira mostra o caminho da retomada econômica, da solidariedade entre as pessoas e da esperança por dias melhores — destacou.
O faturamento final da Expointer, que foi aberta no dia 4, ficou em R$ 1,62 bilhão. A redução é de 39,64% na comparação com a feira em 2019 (R$ 2,69 bilhões). Os setores mais afetados foram os de animais, de artesanato e de máquinas e implementos agrícolas.
Até as 16h deste domingo, o total de visitantes que estiveram no parque era de 66,2 mil — em 2019, a Expointer recebeu 416 mil visitantes. Neste ano, apenas 15 mil visitantes podiam ingressar no parque a cada dia. Também houve 56 mil visualizações na plataforma online da feira, de 25 países.
O maior impacto desta edição foi sofrido no setor de venda de animais, área que já vinha em queda. A variação entre as duas edições é de -89,8%. Antes da pandemia, em 2019, o volume total de comercialização de bovinos, equinos e outros foi de R$ 8,4 milhões — naquela edição, o setor amargou sua quarta queda consecutiva na feira. Agora, o número soma pouco mais de R$ 854 mil. Nesta edição, não ocorreram leilões presenciais, o que costuma movimentar valores expressivos, de acordo com o governo.
Presidente da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac), Leonardo Lamachia disse que a edição de 2021 é uma das mais importantes em razão do momento vivido pela pecuária e por ter sido realizada em meio a pandemia e transmitida ao mundo:
— A feira mostrou sua força e sua tradição, não deixou de se realizar, e esta edição deixa um grande legado, que é o alinhamento entre as entidades copromotoras e o governo do Estado. Não é um sopro de esperança, é um minuano de esperança que soprou no parque.
A segunda maior queda nos números ocorreu no setor de artesanato, com variação de -53% (de R$ 1,38 milhão em 2019, o valor baixou para R$ 650 mil). No setor de máquinas e implementos agrícolas, o mais rentável do evento, o volume de negócio bateu R$ 1,42 bilhão. Mesmo assim, a queda é de -44,05% na comparação com 2019, quando o volume foi de R$ 2,5 bilhões.
— Conseguimos trazer 85 empresas, num momento em que as indústrias de máquinas agrícolas do Rio Grande do Sul, que representam 62% das máquinas fabricadas no Brasil, não têm entregas para menos de 120 dias. Conseguimos fazer esse movimento extraordinário. Estou com um sorriso do tamanho do mundo — avaliou o presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas (Simers), Claudio Bier.
O faturamento no pavilhão da agricultura familiar chegou a R$ 2,8 milhões, quase a metade do registrado em 2019, quando o volume de vendas foi de R$ 4,5 milhões. A variação é de 37,7%.
Único com números positivos, os negócios do setor automobilístico cresceram 43,6%, registrando aumento nas vendas de R$ 139,5 milhões, em 2019, para R$ 200 milhões neste ano.
Em 2020, por causa da pandemia, foi realizado apenas um evento online. Naquele ano, a organização registrou 187 mil visualizações na plataforma online e a passagem de 2 mil carros pelo drive-thru do pavilhão da agricultura familiar.