A Emater estima que a cultura do milho é, no momento, a mais prejudicada na Região Central pela estiagem que atinge todo o Estado. O dado consta em um relatório emitido pelo órgão. Nos 35 municípios do Centro do Rio Grande do Sul que recebem assistência da Emater já foram plantados 25 mil hectares com milho. Desta área, já foi estimada a perda de 25% na produtividade – que é o potencial de rendimento da cultura. O levantamento também aponta danos nas culturas de soja, feijão e arroz.
De acordo com o assistente técnico regional da Emater, Luis Fernando Oliveira, no caso do milho o prejuízo se deu porque a falta de chuva coincidiu com o período de floração da cultura. Os municípios que contabilizam as maiores perdas são Agudo, Silveira Martins, São Martinho da Serra, São Vicente do Sul e Júlio de Castilhos:
— A falta de chuva se deu quando a lavoura já estava implantada, em floração, na formação da espiga que é quando a planta mais exige água. Como coincidiu o período de estiagem e de temperaturas elevadas, na faixa dos 40º, as perdas foram muito grandes. A média foi de 25% de perdas na região, mas tem municípios que chegam até 75%. Essa é uma cultura que tem uma estratégia importante na alimentação dos animais. E vai ter reflexo mais adiante quando os produtores precisarem do grão para alimentação dos animais e faltar.
O plantio do milho não foi encerrado na região, ainda faltam mais cerca de 20 mil hectares.
A soja também contabiliza prejuízos. Conforme a Emater, na região foram semeados 975 mil hectares com o grão com expectativa de colher cerca de 3,2 mil quilos por hectare. Contudo, já foi estimado 10% de perda nesta produtividade esperada. Entre os municípios mais atingidos estão São Francisco de Assis, Restinga Seca e São Martinho da Serra.
— A soja é a cultura que mais preocupa do ponto de vista do que ela representa em termos de área e volume de recursos financeiros que movimenta. Temos um baixo número de plantas por área que sobreviveram a falta de chuva no período em que o grão estava em desenvolvimento. O reflexo no final do ciclo, na hora da colheita, é muito grande no que diz respeito a produtividade dessas lavouras —, declarou o assistente técnico da Emater.
Além do milho e da soja, também constam no levantamento da Emater as culturas de feijão e arroz, que também contabilizam perdas — mas de menor impacto, conforme a instituição.
Na próxima semana, a Emater regional fará outro levantamento contabilizando os danos da falta de chuva para a agricultura na região. Além das culturas já apontadas, estarão também inclusos os prejuízos para a pecuária, fruticultura e horticultura.