O desfile dos grandes campeões da 42ª edição da Expointer, junto à cerimônia de abertura da feira agropecuária, nesta sexta-feira (30), foi marcado por pedido de apoio dos produtores rurais ao governo federal e pela defesa do agronegócio — diante da repercussão internacional provocada pelas queimadas na Amazônia. A cerimônia contou com a presença da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, do governador Eduardo Leite e de representantes do setor produtivo.
— Existe uma luta ideológica dentro do país e uma mercadológica lá fora, sendo que uma está ajudando a outra. A agricultura brasileira hoje é imprescindível para o mundo, que certamente vive sem a agricultura francesa — afirmou Gedeão Pereira, presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul).
Em sua fala, a ministra da Agricultura pediu que os produtores se mantenham firmes na produção de alimentos e enfatizou que a agricultura brasileira é pujante e sustentável:
— Não esmoreçam. Iremos sofrer ataques pelo gigantismo do nosso agronegócio.
Ainda na cerimônia, produtores pediram apoio para resolver dificuldades nos setores de arroz e leite. Presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag), Carlos Joel da Silva afirmou que, se essas produções não tiverem ajuda, milhares de famílias continuarão abandonando as atividades.
— De 2015 a 2019, pelo menos 34 mil produtores de leite deixaram a criação. Se nada for feito, o arroz irá para o mesmo caminho. Sabemos do empenho da ministra, mas precisamos mobilizar o centro do governo também — lamentou o dirigente.
A ministra reconheceu que os problemas setoriais existem e que precisam ser resolvidos. E pediu apoio para buscar as soluções para o leite, arroz e qualquer outro setor que estiver em dificuldades.
— Por favor, não desistam, até para me dar força, pois irei até as últimas consequências para defender a agropecuária brasileira. Tenho respaldo do presidente Jair Bolsonaro para buscar essas soluções — afirmou Tereza.
Privatizações
Entre os discursos das autoridades, também houve manifestações de apoio às privatizações promovidas pelo governo do Estado.
— Precisamos que o Estado faça as atividades que são indelegáveis, como a segurança nas cidades e no campo. O restante deve ser deixado para a iniciativa privada — disse Leonardo Lamachia, presidente da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac).
O governador Eduardo Leite falou sobre a importância das privatizações e da redução da burocracia, sem perder o compromisso com a sociedade:
— Estamos colocando a máquina pública no seu devido tamanho. Acreditamos na capacidade de conciliação entre empreendedorismo e respeito ao meio ambiente.
Negócios na agricultura familiar
O secretário da Agricultura, Covatti Filho, comentou os resultados preliminares da feira agropecuária, que termina no próximo domingo (1º). Segundo o titular da pasta, o pavilhão da agricultura familiar já alcançou R$ 2,9 milhões em negócios, com a maior participação da história de expositores. A venda de animais superou os R$ 8 milhões.
Até a quinta-feira (29), quase 300 mil pessoas passaram pelo parque. No ano passado, o público total foi de 370 mil pessoas.
— Certamente passaremos esse número na feira deste ano — projetou Covatti Filho.
O tradicional desfile dos grandes campeões da 42ª edição da Expointer teve um simbolismo diferente neste ano com a participação da Cavalaria do Exército. Antes dos animais premiados entrarem em pista, 96 homens se apresentaram a cavalo com fanfarra — usando uniformes da Guerra do Paraguai.