Os percalços na safra de soja no Rio Grande do Sul e a indefinição quanto à liberação de mais R$ 3 bilhões suplementares do Moderfrota não são suficientes para minar o otimismo para os negócios durante a 20ª Expodireto Cotrijal. A mostra de tecnologia começa no dia 11 de março em Não-Me-Toque, no Norte do Estado, e vai até a sexta-feira, dia 15.
A expectativa é ultrapassar os R$ 2,2 bilhões contabilizados na última edição. Para o presidente da Cotrijal, Nei Mânica, será possível atingir R$ 2,7 bilhões. Se a cifra for confirmada, seria um crescimento de 20%. O presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Estado (Simers), Claudio Bier, é um pouco mais comedido. Para ele, a comercialização será superior ao observado em 2018, mas passa a ser difícil atingir os R$ 2,7 bilhões.
– Se estes recursos do Moderfrota não forem liberados, pode prejudicar um pouco as negociações. Mas o setor está bem, mesmo com esta dificuldade de financiamento – avalia Bier.
Levantamento da Federação da Agricultura do Estado (Farsul) indica que a safra de soja no Rio Grande do Sul deve ter uma perda superior a 1 milhão de toneladas, cortando o volume esperado para 17,6 milhões de toneladas. Há ainda impactos nas culturas do milho e do arroz. O impacto financeiro conjunto seria de R$ 2 bilhões. Mesmo assim, Mânica mantém o entusiasmo. Ele ressalta que, a despeito da incerteza quanto ao crédito extra, as lavouras de soja da região Norte devem apresentar boas produtividade, os produtores estão capitalizados e haverá financiamento suficiente para a feira. Ao mesmo tempo, observa que a quantidade de caravanas de produtores que pretendem visitar a mostra indica mais apetite por negócios. São esperados mais de 250 mil pessoas na feira para conferir as novidades de cerca de 500 expositores.
– Mas ainda temos esperança de que este recurso seja liberado. O governo federal foi eleito com apoio maciço dos produtores – lembra Mânica.
Bier observa que, além de um clima mais favorável a negócios no país, o Estado vem ampliando a produtividade nas colheitas e isso se deve muito à tecnologia do maquinário.
– O agricultor sabe que investir em equipamentos novos é um bom negócio, para plantar e colher mais rápido e ter menos perdas – diz Bier.
Outra sinalização positiva, aponta o dirigente, veio do Show Rural Coopavel, feira que aconteceu em fevereiro, no Paraná, e teve R$ 2,2 bilhões em negócios, ante R$ 1,8 bilhão em 2018.