O embrião da Checkplant foi uma pesquisa que os dois sócios-fundadores fizeram para ajudar o ex-professor universitário de Pelotas José Carlos Fachinello, pai de um deles. O agrônomo, que morreu em 2016, trouxe ao Brasil sistema de produção integrada de frutas e queria ter a efetividade comprovada. O filho Alexandre Fachinello e o amigo André Cantarelli começaram os estudos e se deram conta de que estavam diante de um mercado promissor. Criaram, então, em 2004, dois sistemas para avaliar a qualidade do pêssego produzido em Pelotas, fornecendo informações a indústrias.
— Comercialmente não deu certo. Ninguém comprava nosso produto — lembra Cantarelli.
Por conta dos estudos, os sócios foram convidados a palestrarem no Espírito Santo e lá receberam proposta de um empresário e produtor de uvas de Petrolina (PE). O desafio era implantar em Pernambuco o que não tinha dado certo no Rio Grande do Sul.
— Ele queria saber o que cada empregado estava fazendo, qual era a produtividade de cada um, quais práticas utilizavam em cada planta. Até então, tudo era feito em papel, com dificuldades para transformar em dados — lembra.
Chamado de Caderno de Campo, o software criado é alimentado nos parreirais e os dados tabulados com rapidez e precisão, apresentando em tempo real estatísticas de cada trabalhador. O passo seguinte foi o Checktracing, com funções semelhantes, mas adaptado à indústria e focado em identificar a qualidade das frutas.
— Isso tudo aconteceu em uma época em que pouquíssima gente tinha acordado para atender às demandas em tecnologia do agronegócio — sublinha.
Porém, chegou o momento em que a empresa não conseguia se expandir. A estagnação incomodou os sócios e eles ampliaram, em 2011, para a soja e o algodão, com o Farmbox, terceiro produto e o mais lucrativo da startup hoje. A demanda dos clientes era por informações rápidas para tomadas de decisões no combate a pragas e doenças. Hoje, a Checkplant tem três sócios e 21 colaboradores. Os 250 clientes estão espalhados por oito Estados brasileiros.
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