O prazo para vacinação de gado bovino e búfalos de até dois anos de idade contra a febre aftosa no Rio Grande do Sul foi prorrogado até 10 de dezembro pelo governo federal, após uma solicitação da Secretaria Estadual da Agricultura. O prazo terminaria hoje, mas foi prorrogado devido à falta de vacinas disponíveis nos pontos de venda autorizados.
Conforme o diretor do Departamento de Defesa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Antonio Carlos de Quadros Ferreira Neto, houve uma baixa generalizada no Rio Grande do Sul nos estoques de frascos da vacina com até 10 doses.
— Muitos agricultores têm poucas cabeças de gado, duas ou três. Para esses, não vale a pena comprar o frasco com 50 doses — explica.
Proprietário de uma das duas lojas que vendem a vacina em Caxias do Sul, Ademar Dalfovo acredita que a falta do produto neste ano tenha relação com o fato de que a formulação vai mudar para 2019, passando de 5ml para 2ml. Por isso, os laboratórios produziram menos doses.
— Foi feita uma revisão na formulação para evitar certas reações da vacina, como a formação de caroço nos animais — explica.
Conforme Dalfovo, novas remessas de doses estão previstas para a semana que vem.
Já o Ministério da Agricultura diz que a falta foi provocada porque as revendas de produtos agropecuários reduziram as compras, devido a essa mudança na formulação para 2mL, na primeira campanha de cada Estado.
O calendário da febre aftosa no Rio Grande do Sul tem duas campanhas: uma em maio, para todo o rebanho de gado e búfalos, e outra em novembro, para os animais com até 24 meses. Conforme a Secretaria da Agricultura, o Estado vacinou até o momento 60% do rebanho.
O agricultor deve comprar as vacinas e pedir a nota fiscal no seu nome, para depois entregar na Inspetoria Veterinária da sua região. Quem não vacina os animais está sujeito a uma multa de 60 Unidades de Padrão Fiscal (UPFs), o que vale pouco mais de R$ 1 mil, acrescido de 1 UPF para cada cabeça de gado não vacinada.
A responsável pela Inspetoria Veterinária nos municípios de Caxias do Sul e São Marcos, Luiza Virginia Caon, frisa que é importante os agricultores vacinarem os seus animais, mesmo aqueles que têm poucas cabeças de gado, ou até mesmo uma só, no caso dos produtores da Serra que trabalham com pomares e hortaliças, por exemplo. Ela explica que o Estado pretende solicitar ao Ministério da Agricultura a retirada da vacinação, mas, para isso, precisa obter uma boa cobertura vacinal do rebanho nesta campanha e também na próxima, em maio.
— O agricultor é o agente dessa mudança. É muito importante cada produtor vacinar o seu rebanho e comprovar para o Estado a atualização — afirma.
Luiza Virginia explica que não há foco de febre aftosa no Rio Grande do Sul desde 2001, quando ocorreu um episódio na região da fronteira oeste.