Frutas, legumes e verduras vêm ganhando espaço no prato dos consumidores brasileiros. Dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) mostram que a participação desses itens nas vendas cresceu de 6,1%, em 2014, para 9,1% em 2017.
Estímulos não faltam. Os programas de culinária reforçam a importância de consumir “comida de verdade”, preparada em casa a partir de alimentos in natura. Além disso, a população brasileira está em processo de envelhecimento, e o que vai no prato é determinante à saúde.
Os supermercados, principal local de aquisição de alimentos, investem em programas de qualidade e na visibilidade dos espaços para o setor de frutas, legumes e verduras. Esse enfoque é justificado porque os produtos, por serem perecíveis, são os que mais levam as pessoas às lojas.
Gustavo Fauth, instrutor e professor da área de gestão e operações da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), diz que os produtores rurais e fornecedores devem avançar para oferecer produtos mais frescos e duráveis aos consumidores.
– O supermercado deveria interagir mais com o produtor e trabalhar com fichas técnicas da área de frutas, legumes e verduras, o que possibilita determinar padrão de trabalho, mas, aos poucos, esse movimento está acontecendo – conta Fauth.
Uma das iniciativas adotadas no Rio Grande do Sul pela Agas é o Programa de Rastreabilidade e Monitoramento de Alimentos (Rama), iniciativa da Abras, que estimula boas práticas agrícolas e capacita propriedades rurais a produzirem alimentos seguros.
Prontos para consumo
Os supermercados apostam na oferta de alimentos higienizados, descascados, cortados e embalados, ou seja, prontos para consumo.
– Isso não é nicho, é tendência – destaca Gustavo Fauth, instrutor da Agas, destacando que a praticidade é necessidade da vida moderna e, mesmo com maior interesse, as pessoas têm pouco tempo para cozinhar.
– A diversificação atrai o consumidor e, com a oferta de produtos de qualidade e, muitas vezes, prontos para consumo, aumenta o tíquete médio de venda – relata Antônio Cesa Longo, presidente da Agas.
Atualmente, esse serviço geralmente é realizado pelas equipes das lojas, mas os fornecedores devem começar a oferecer os produtos prontos. Fauth lembra que, assim, o agricultor consegue agregar valor ao que produz.
– São várias tendências se unindo, inclusive, os jovens buscando a saudabilidade, a população mais velha. Há ainda os vegetarianos, veganos e consumidores de orgânicos que, mesmo sendo nicho, somam – detalha o professor da Agas.
Outra tendência é a criação de espaços saudáveis nas lojas de autosserviço.
Já há exemplos de lojas com locais específicos para alimentos orgânicos, integrais, com redução de sal e açúcar, por exemplo.