O Ministério Público (MP), em operação conjunta com a Polícia Civil, cumpriu na manhã desta sexta-feira (26) 24 mandados de busca e apreensão em prédios da Cooperativa Agropecuária Industrial (Cotrijui). Os mandados, cumpridos por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), com o apoio da Brigada Militar (BM) e da Receita Federal, também incluíram as residências de investigados em 16 municípios do Estado, entre eles, Ijuí, Santo Augusto, Chiapetta, Independência, Bagé, Dom Pedrito, Augusto Pestana, Nova Ramada, Ajuricaba, Coronel Bicaco, Manoel Viana, Santiago, São Francisco de Assis, Derrubadas, São Luiz Gonzaga e Jóia.
A denominada "Operação Cotrijui" apura uma série de delitos que, supostamente, vêm sendo cometidos por uma organização criminosa que integra os quadros da cooperativa, dentre os quais se incluem apropriação de grãos pertencentes aos cooperados, adulterações de documentos e uma série de fraudes destinadas à obtenção de proveito econômico em prejuízo da instituição.
A Cotrijui, que figurou como uma das principais cooperativas do Estado, está desde setembro de 2014 em liquidação voluntária (medida semelhante à recuperação judicial das empresas). Tem dívida estimada em R$ 1,8 bilhão, 6 mil associados ativos e capacidade estática de quase 1 milhão de toneladas. O processo foi tumultuado desde o início — a assembleia em que se decidiu pela liquidação foi tensa, e o resultado, contestado por parte dos associados.
Participam do cumprimento dos mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça de Ijuí, 10 promotores de Justiça e 10 delegados de polícia, além de diversos agentes policiais, integrantes do Gaeco e das delegacias de polícia envolvidas.
Na região noroeste do Estado, coordenam os trabalhos o promotor de Justiça José Garibaldi Machado e os delegados Ricardo Blum Miron e Maurício Arlei Posselt. Já na Região Sul, coordenam os trabalhos o promotor de Justiça Cláudio Rafael Morosin Rodrigues e o delegado Cristiano Ritta.
Contraponto
O que diz a Cotrijui:
O advogado Marcelo Carlos Zampieri, responsável pelo setor jurídico da Cotrijui, afirmou que a cooperativa está auxiliando nas investigações, fornecendo todos os dados solicitados pelas autoridades. Quanto às acusações do MP, Zampieri informou que os diretores e gestores citados na investigação terão de prestar esclarecimentos por meio de suas defesas.